quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Direitos humanos LGBT: Um projeto inacabado

JOvem LGBT paraiba
O Brasil continua liderando o ranking de assassinatos de LGBTs ao redor do mundo.
Situação que precisa ser revertida a todo custo.

Quando falamos em direitos humanos, automaticamente sabemos que engloba a todas as pessoas. Entretanto, Quando se trata dos LGBTs, parece que tais direitos não se aplicam e qualquer tentativa de fazer valer os direitos humanos de forma plena, incluindo os LGBTs nessa lista, é amplamente rechaçada por inúmeras pessoas. A pergunta é: Por quê?

Como resultado de muitas lutas ás custas de muito suor e sangue derramado (de LGBTs), a comunidade vem conquistando seu espaço e respeitabilidade em vários países pelo mundo. Conquistas como casamento igualitário, direito à adoção, nome social, tratamentos gratuitos para a população trans*, oportunidades de emprego, já são realidades em muitos países. No entanto, no Brasil, esse processo caminha a passos lentos, devido a uma sociedade conservadora que não consegue compreender a incoerência de seus pensamentos e ações. Foi feito um levantamento do quadro de violências contra LGBTs em todo o Brasil no ano de 2014 e os dados são alarmantes. Houve um aumento de 4,1% com relação ao ano anterior. Isso mostra o quanto é importante a continuidade da luta dos LGBTs por seus direitos. Tais estatísticas só comprovam o quanto é necessária a aprovação de políticas públicas voltadas à população LGBT, não apenas na Bahia, mas em todo o país.

Na cidade de Alagoinhas-BA, ainda existe uma carência de políticas voltadas à comunidade LGBT, principalmente à população trans*. Falta de atendimento especializado, a falta de preparo em vários estabelecimentos, para lidarem com esse público, onde ainda oferecem resistência às identidades trans*, a falta de oportunidade de emprego, que acaba levando a grande maioria a viver da prostituição como única opção. Enquanto em cidades, como SP, sob os cuidados de Fernando Haddad, e Florianópolis, dão verdadeiros exemplos de conquistas para a população LGBT, principalmente a população trans*, resgatando sua cidadania e auto-estima, promovendo também o empoderamento destas pessoas constantemente perseguidas e estigmatizadas, Alagoinhas, ainda permanece inerte com relação a essa incômoda realidade imposta à grande maioria desta parcela da população.

Infelizmente, para que os Direitos Humanos englobem a todos, como deveria ser, ainda é preciso lutar e encarar cada desafio como um estímulo para permanecer firme nesse campo de batalha desleal, onde uma maioria tenta a todo custo expurgar os direitos de uma minoria que tão somente almeja o direito de existir, de ser feliz e ter uma perspectiva de vida que não resida apenas em salões de beleza, ou na prostituição, como únicas opções. Creio que com uma união de forças entre os mais diversos grupos que lutam pelas conquistas de tais direitos na cidade de Alagoinhas, possamos fazer a nossa voz ser ouvida, não nos limitando apenas a paradas do orgulho LGBT, mas fazendo também atividades que promovam de forma gradativa essa mudança e pressionando os governantes a atenderem nossas demandas.

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Fonte: 

Site do Grupo Gay da Bahia: http://grupogaydabahia.com.br/

sábado, 26 de setembro de 2015

O que é "família"?


Esse assunto é grade motivo de discussões atualmente. Ideias antagônicas vivem em choque quando essa questão e levantada. Mas enfim, o que é de fato, uma família?

É muito comum vermos mães solteiras cuidando de 1 ou mais filhos, ou netos criados pelos avós, casais que adotam crianças, casais que não tem filhos, seja por limitações biológicas, ou pelo simples fato de não desejarem ter, casais homossexuais ou transsexuais, com ou sem filhos adotivos. Mas enfim, seriam todos modelos de família? A resposta é: SIM! Família é todo núcleo formado por pessoas que se amam, independente do modelo a ser seguido.

O grande problema é que essa essência do que seria uma família, embora seja tão simples, é completamente ignorada por grande parte das pessoas. Essa essência é o amor, sem o qual, se tornaria impossível a formação de qualquer família. Muitas pessoas defendem o modelo "tradicional" de família, como o único legítimo. O famoso modelo do comercial de margarina (homem + mulher + criança), com a justificativa de que apenas um casal tradicional, pode vir a gerar um filho. 

Infelizmente ao sustentarem esse tipo de ideia, quase todas as pessoas se esquecem que as crianças abandonadas à própria sorte, são justamente fruto de um casal tradicional inconsequente, que ao gerar o filho(a), resolvem abandonar em cestos de lixo, rios, e as que têm sorte, são deixadas em orfanatos, onde passam a vida inteira esperando por algum casal que esteja disposto a dar a elas o amor que outrora lhes foi negado pelos progenitores.

E quem são as principais pessoas que procuram adotá-las? Justamente aqueles casais que não podem gerá-las espontaneamente. Casais estéreis e casais homoafetivos e transexuais, ou de homem cis com mulher trans* e vice-versa. Casais ditos "tradicionais", colocam a adoção bem no final da lista, onde fica esquecida. Enquanto isso, milhares de crianças, crescem nos orfanatos, onde depois de certo tempo são postas na rua, por não estarem mais na idade de permanecerem na instituição. Muitos passam o resto de suas vidas, sem conhecer o amor, carinho, afeto e segurança de uma família. Seria isso justo? Todos os modelos de família, devem ser assistidos pelo Estado em igualdade de direitos. 

A recente aprovação do Projeto de Lei 6583/13, o infame "Estatuto da Família", que define a família como o núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher, foi um dos maiores retrocessos já feitos em nosso país. O projeto agora pode passar pelo plenário da Câmara e seguir para o Senado. A aprovação foi em sentido contrário à decisão do Supremo Tribunal Federal, o qual em 2013 decidiu que o casamento era um direito de todos, sendo irrelevante a orientação sexual.

Se esse estatuto irá ou não afetar diretamente famílias homoafetivas, transexuais, dentre outras que não se encaixam no no modelo padrão, caso venha a ser aprovada na Câmara e no Senado, o que pessoas sensatas esperam que não, só saberemos quando for posta em prática, pois o texto redigido apesar de aparentemente não afetar diretamente, sabemos que sempre há brechas que podem ser usadas para o bem ou para o mal. E você, o que entende por "família"?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Um breve desabafo


Oi pessoal, desta vez estarei fazendo um texto um pouco diferente, pois falarei de mim mesma. Um breve desabafo  a respeito dos diversos questionamentos, equívocos e situações, muitas vezes constrangedoras, que assim como acontecem comigo, acontecem também diariamente com todas as pessoas inseridas na comunidade trans*.

Para quem não sabe ainda, meu nome é Samara Diamond, mulher trans* e criadora desse blog "Por Um Mundo Mais Humano". Sou uma mulher bem resolvida, feliz após ter finalmente criado coragem de assumir minha identidade trans* a alguns anos, o que me conferiu um sentimento libertador, pois a partir de então, eu não precisaria mais corresponder às expectativas do que seria o "moralmente aceitável". Embora quando criança eu não compreendesse o que seria esse sentimento, eu sempre gostei muito de "coisas de menina". Gostava de bonecas, maquiagens, usava, às escondidas, as roupas de minha mãe, salto altos, etc, e sentia uma inegável atração por garotos. No entanto, devido à educação que me foi dada, eu reprimia esses sentimentos e preferências. Não que necessariamente para ser menina tenha que gostar exclusivamente de coisas ditas "de menina". Eu sempre fui bem eclética nesse sentido e ainda sou.

Viver em uma família cis-heteronormativa e altamente regida por dogmas religiosos não é nada fácil. Precisei viver uma vida dupla por muitos anos. Para uma pessoa trans*, entre a década de 80 e o início do século XXI, não era fácil se assumir. Assumir-se como LGBT, principalmente trans*, era praticamente 90% de chance de ser expulsx da família e viver à margem da sociedade. Hoje os tempos mudaram, a comunidade trans está ganhando cada vez mais visibilidade e representatividade nos mais diversos meios. Entretanto, ainda somos carentes de políticas públicas e leis que nos garantam a cidadania e dignidade humana e embora a comunidade LGBT em geral tenha conquistado muitas coisas, infelizmente no decorrer dos anos de militância, sempre focaram mais no segmento cis da sigla, deixando-nos mais uma vez à margem do próprio segmento. Apenas recentemente começaram a ser adotadas medidas que promovam um resgate à cidadania para as pessoas trans*, mas ainda não é em todo o território nacional.

Não raro, ainda sou chamada pelo meu prenome masculino e tratada como "ele". Ainda preciso fazer o uso de meu nome de nascimento nas mais diversas situações, onde infelizmente, as pessoas transgênerxs ainda não têm os seus direitos respeitados. Situações que por vezes acabam por serem vexatórias a partir do momento em que a pessoa me chama em voz alta pelo prenome masculino, ignorando totalmente o meu nome social, na frente de diversas pessoas. Pessoas próximas, inclusive familiares, que tendem a fazer o mesmo constantemente, ou que quando resolvem me chamar pelo nome "Samara", o fazem em um tom um tanto quanto "duvidoso", com uma certa dose de ironia no tom de fala. Por esse motivo, faz-se necessária a aprovação da Lei João W Nery o PLC 5002/2013, que assegura à comunidade trans* o direito de mudar seu nome em todos os registros oficiais, de forma definitiva e despatologizando a transexualidade. O PLC 122/2006 Pela Equiparação da LGBTfobia ao racismo, embora controverso e polêmico, se faz necessário, sendo porém necessário alguns ajustes para evitar punições excessivas para crimes mais brandos.

Oportunidades de emprego que são negadas constantemente, pelo simples fato de exercer abertamente minha identidade de gênero, da qual tenho muito orgulho e não abrirei mão dela em hipótese alguma para conseguir um emprego. Por não corresponder ao padrão "ideal" de mulher trans*, pois ainda possuo certas características um tanto masculinas (a exemplo do meu timbre de voz), não é raro passar por situações do tipo.

Piadas diversas, ou excesso de "intimidade" de alguns homens, por exemplo, que nos vêem como meros objetos sexuais, as chamadas "bonecas", ou "t-gatas", que nos desumanizam e esquecem que acima de tudo somos seres humanos lutando por um espaço na sociedade que tanto nos reprime. Infelizmente, até mesmo entre a comunidade LGBT não é raro ocorrer uma segregação que nos coloca de fora de muitos dos projetos. Na maioria dos casos, projetos voltados para a comunidade LGBT contempla somente aos cisgêneros, esquecendo-se em seus textos por muitas vezes de incluir a população trans*. Falam de família homoafetiva, mas nunca mencionam famílias formadas por pessoas trans*, que podem ser homem trans* x mulher trans*, homem cis x mulher trans*, homem cis x homem trans*, mulher cisx mulher trans*, casais de homens trans*, casais de mulheres trans*, etc., com ou sem adoção de crianças. O próprio PLC 122/06 foi criado pensando exclusivamente na homofobia a priori, mas devido a reclamações agora é pensado também na transfobia.

Não tem nada pior para uma mulher, do que um homem que lhe passa a mão, pelo simples fato de você passar por ele, ou que simplesmente ao te conhecerem já te enxergam meramente como uma profissional do sexo e chegam de uma forma nada polida, para solicitar serviços sexuais. Não desmerecendo xs profissionais do sexo, pois a prostituição é uma prestação de serviços como qualquer outra e tal atividade deve sim ser respeitada e DEVIDAMENTE REMUNERADA! 

Muitos ainda, quando estão com amigos, conhecidos ou colegas, ao passar uma travesti, ou uma transexual, costumam sempre fazer aquelas brincadeirinhas infelizes: " - Olha lá velho, vai não? É toda sua!"... "- Ôxe tá doido? Eu gosto é de 'rachada', fica para você!" Será mesmo que eles acham que alguma de nós se interessaria por algum deles, eu me pergunto... É quase como se tivéssemos a obrigação de sair fazendo sexo com qualquer homem que aparece em nossa frente.

Por conta disso, não é raro muitos deles ao invés de pagarem pelo serviço, no caso dxs profissionais do sexo, negam-se a pagar e ainda muitos usam do discurso "ainda deu sorte que eu quis te comer"... Lamentável... Isso quando não falam: "Eu não dou dinheiro para comer minha mulher, eu vou pagar para comer um viado?" Ou simplesmente quando são solteiros, dizem querer se envolver não apenas sexual, mas afetivamente com a pessoa, mas não quer que ninguém saiba, entre outros exemplos. Muitos confundem sexualidade com identidade de gênero, pensando que são a mesma coisa. Por isso, costumam chamar as mulheres trans* de "viados", termo pejorativo utilizado para designar homens cisgêneros homossexuais.

As pessoas ainda precisam aprender a respeito da diferença existente entre identidade de gênero e orientação sexual. Na comunidade trans*, as orientações sexuais seguem a mesma linha existente nos cisgêneros. Existem hétero, homo, bi, pan, assexuais, etc... Por isso seria tão importante a implantação da discussão em salas de aula acerca da multiplicidade humana no que tange à sexualidade e gênero. Não somos seres binários, embora a maioria das pessoas ainda pense dessa forma. Criarmos uma cultura de paz, empatia e respeito à diversidade é essencial para que situações vividas por pessoas como eu não sejam mais consideradas "naturais". 

Não é fácil. Vivo numa luta diária para obter pelo menos um mínimo de respeito e tento atualmente lutar para que outrxs transgênerxs também acordem para a necessidade de lutar pelos direitos que nos foram usurpados de forma cruel e desumana.


OBS: Tenho plena consciência da repetição aparentemente excessiva do termo trans* durante todo o texto. Isso foi feito de forma proposital para enfatizar a problemática vivida pelo segmento, de forma a englobar todos os transgêneros (homens trans, mulheres transsexuais, travestis, dentre muitos outros)

domingo, 13 de setembro de 2015

Ser LGBT é fácil? Então por quê algumas pessoas ainda insistem em chamar de "opção"?

Quem é membro da comunidade LGBT, já deve estar careca de ouvir as mais diversas pessoas chamando nossa condição de "opção sexual"... No entanto, será mesmo que seria isso uma opção, ou uma característica intrínseca da complexidade e diversidade humana?

Serei breve em minhas palavras para ser o mais didática e prática possível e dessa forma, facilitar a assimilação para as mais diversas pessoas. Há muitos anos atrás, a sexualidade humana era muito mal compreendida e tudo o que destoasse do que era julgado comum, era tratado como aberração, subversão, perversão, etc. Um gay, uma lésbica, uma pessoa trans*, não eram enxergadas como pessoas normais. Eram tidas como subversivas, pervertidas, doentes mentais, dentre muitas outras denominações.


Isso partia da premissa de que nós LGBTs "escolhíamos" gostar de pessoas do mesmo sexo, ou no casos da comunidade trans*, da qual faço parte, que "escolhíamos" nos transformar em algo que não somos, como se fantasiássemos ou vivêssemos em um estado de loucura, ou algo parecido. No entanto, a ciência moderna já tem noção em grande parte, apesar de ainda haver muitas divergências no meio, o que é normal na comunidade científica, de que isso é uma condição inerente de cada pessoa em particular. Que nascemos com essas características e portanto não é algo que se escolha por livre e espontânea vontade.

Orientação sexual, como muitos hoje já sabem, trata-se de a quem se dirige o seu interesse afetivo e sexual e a identidade de gênero, trata-se de como cada um(a) se compreende como pessoa. Não que um rapaz heterossexual e cisgênero vá da noite para o dia decidir virar homossexual, muito menos transgênero, ou vice-versa. O mesmo vale para as mulheres. A sexualidade humana consiste de inúmeros espectros, que fogem completamente da binaridade homem x mulher; masculino x feminino;  pênis x vagina.


Por conta da falta de compreensão acerca de nossa realidade, as pessoas ainda relutam em aceitar e respeitar-nos como seres humanos normais. O segmento LGBT sofre constantes abusos e represálias por conta de pessoas preconceituosas, que podem variar desde um leve comentário infeliz, piadinhas, até mesmo agressões físicas que algumas vezes acabam por culminar em mortes violentas.


O modelo heteronormativo gravado no inconsciente coletivo consiste ainda num entrave para a evolução da comunidade LGBT na luta pelos direitos humanos que nos são negados. O mercado de trabalho, principalmente para a população trans*, é "blindado" contra pessoas que não condizem com o "modelo ideal" exigido pelas empresas.

Portanto, se as pessoas pararem para analisar essa realidade, poderão perceber que não se trata de uma escolha, afinal, ninguém escolheria por mero capricho, ter atração sexual por indivíduos do mesmo sexo, ou ser afeminado, ou masculinizada, ou mesmo ser trans*. Ninguém em sã consciência escolheria viver à margem da sociedade, ser humilhadx, perseguidx, estigmatizadx e violentadx por uma sociedade preconceituosa. E não, ser gay, lésbica, bissexual, ou transgênerx, não é um problema mental.

O segredo para termos um mundo melhor para todos, é aprendermos a cultura da paz e da aceitação das diversidades que nos cercam. Não apenas em termos de sexualidade, mas étnicos, religiosos, poder aquisitivo, etc. É preciso que se comece a desconstruir a partir da infância nas escolas e nas famílias, todo e qualquer tipo de preconceito e censura. Tabus só nos mantém presxs na idade média, sendo que vivemos em pleno século XXI.

domingo, 6 de setembro de 2015

Conheçam Luiza Coppieters: Professora, mulher lésbica e transexual, com muito orgulho

Luiza Coppieters, mulher lésbica e transexual. Depois de assumir sua transexualidade com o apoio de seus alunos, foi demitida, vítima da transfobia que imperava na institiuição de ensino. Hoje é militante ativa e um ícone na luta contra a transfobia nas instituições de ensino e no mercado de trabalho formal.

De uns tempos para cá, algumas pessoas devem ter tomado conhecimento da história de uma professora que teve a coragem de assumir sua transexualidade, se libertando assim das amarras que a prendiam e privavam da felicidade. Vítima de transfobia, ainda existente nas instituições de ensino, acabou sendo demitida após ela (antes ele), resolver assumir sua real identidade. Seu nome é Luiza Coppieters. Mulher lésbica e transexual! Mulher de fibra e coragem que hoje ostenta com orgulho seu verdadeiro eu.

Professora por profissão, Luiza sempre foi dedicada ao seu trabalho e seus alunos. Só que ela não foi Luiza a vida inteira. Nasceu como Luiz e era professor de filosofia. Seus alunos a amavam muito, mas embora Luiza tivesse consciência de sua verdadeira identidade de gênero, se via obrigada a vestir-se como homem, por medo da rejeição da sociedade e principalmente de seus amados alunos. Não era de se estranhar que ela não se sentisse bem, encarnando um papel que não era real.

Hoje, feliz com sua identidade de gênero reconhecida e plenamente realizada como mulher, Luiza inspira pessoas que ficaram conhecendo a sua história.


Certo dia, Luiza se abriu para seus alunos, contou sua evidente identidade transexual (ela já era bastante feminina, apesar das roupas), de certa forma apreensiva, pensando que a reação dos pais dos alunos seria negativa, já que da parte deles ela esperava o melhor.  E ficou bastante emocionada ao ouvir as palavras de apoio deles. Ao invés de reprová-la, os alunos a encorajaram a dar as aulas como Luiza, mulher, da forma como ela se sente bem. Foi um grande alívio para ela, que acabou por livrar-se de um enorme fardo.

HQ lançada recentemente, conta a história de Luiza Coppieters e os dilemas que ela enfrentou até assumir abertamente sua transexualidade. Seus ex-alunos a apoiaram até o fim.

No entanto, não era apenas essa a sua preocupação. Acontece que infelizmente, para a população "T", é extremamente difícil se encaixar no mercado formal. O medo de perder o seu emprego e ter que eventualmente viver da prostituição, sempre a assombrou. Infelizmente, embora seus alunos a tenham aceitado naturalmente, muitas pessoas se sentiam incomodadas em ter em sala de aula, uma mulher transexual, como professora, o que culminou em sua demissão.

Embora ainda esteja desempregada devido a uma demissão claramente motivada por transfobia, Luiza Coppieters, não caiu na prostituição, o que seria caminho comum para a maioria absoluta das mulheres trans (travestis e transexuais) no Brasil.  E também nem conseguiria, já que sua orientação sexual, lésbica, e seus princípios não permitem que ela se relacione com homens, mesmo que por sobrevivência. Atualmente, ela faz palestras, além de ajudas de pessoas que a apoiam. Saudosa de seus tempos em salas de aula, pretende voltar a lecionar em um futuro próximo.

Infelizmente, essa é a dura realidade no Brasil. A população LGBT, principalmente o segmento "T", é duramente perseguida e discriminada em todos os ambientes. O mercado de trabalho encontra-se quase completamente fechado para essa parcela da população. A prostituição acaba por ser a única opção para a maioria das transsexuais e travestis. Não importa o nível de instrução, se tem nível superior, mestrado e/ou doutorado. Se não tiver uma sorte sobre-humana - pois aptidão e escolaridade não contam - é praticamente impossível conseguir se inserir no mercado de trabalho formal.

Outro fato alarmante é a alta taxa de evasão escolar por muitas destas pessoas, que por não suportarem mais passarem por tantos preconceitos, acabam abandonando as instituições de ensino. Nem todas conseguem concluir o ensino fundamental, muito menos o ensino médio e acabam se formando na "escola da vida", que nem sempre nos ensina coisas boas. 

Enquanto não forem criadas políticas públicas para a população "T", principalmente que assegurem o direito a se qualificarem para o mercado de trabalho de forma digna e igualitária, enquanto nas escolas também não forem adotadas condutas e ensinos inclusivos, que tratem de forma natural temas como orientação sexual e identidade de gênero e ensinarem a respeitar e conviver com as diferenças, nunca veremos esse quadro se reverter.

Nós, "Luizas", "Samaras" e "Vivianys" da vida, dentre muitas outras, apenas procuramos aceitação, respeito e reconhecimento da sociedade, pois todo ser humano tem direitos primordiais que deveriam ser garantidos e respeitados. Se infelizmente, embora sejamos teoricamente amparadas pela Constituição Federal de 1988 (CF/88), não temos nossos direitos garantidos e postos em prática, só nos resta lutar pela implementação de tais direitos através de PLs (Projetos de Lei), através da militância que ganha cada vez mais força, para que possamos assim abrir os olhos da sociedade para a nossa existência e para o nosso apelo pelo fim da crucificação do nosso segmento.

Luiza Coppieters pode ter perdido seu emprego como professora, mas ganhou muito mais. Ganhou a admiração de seus alunos e pessoas próximas, ganhou uma liberdade nunca antes experimentada e também é hoje inspiração para a população trans (transexuais e travesitis), mostrando que temos que nos orgulhar de quem somos e não ter medo de lutar por nosos direitos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Fora Dilma!! Exercício da democracia, ou retrocesso da mesma?

Acreditando estar defendendo a democracia, a população clama pelo impeachment a atual presidente Dilma.
Será que essa é realmente a melhor solução?
Fora Dilma!! Essas palavras atualmente costumam ecoar constantemente na boca do povo. Algumas pessoas acreditam que o impeachment é nada mais, nada menos, do que um direito democrático. Mas será mesmo, que tal definição se aplica no atual momento político de nosso país?


Claro, que se formos observar por um ângulo, pelo significado da palavra "democracia", que seria "poder do povo", daria às pessoas o direito de colocar e retirar do poder seus representantes. Afinal, os governantes de um Estado Democrático, são funcionários do povo. No entanto, as coisas não são tão simples como parecem. Há também nesse tipo de situação, diversos interesses em jogo e infelizmente, nem sempre esses interesses são em benefício da população.

Cada vez mais hostil ao atual governo, a população viraliza na internet, memes com mensagens e imagens que externam o sentimento de ódio e repúdio que se instalou no seio de nossa nação.

O cenário atual, pintou na imagem da figura pública da presidente Dilma, um verdadeiro monstro, responsável por todos os males do nosso país. É em parte verdade. Afinal, não podemos negar que a mesma tem atacado o povo trabalhador e a população mais carente, aprovando diversas medidas impopulares atualmente, chocando inúmeras pessoas que viam no governo do PT, a esperança de um futuro melhor. Entretanto, o (a) presidente não governa sozinho (a). Infelizmente, existem muitos senadores e deputados, com interesses que vão completamente contra as demandas populares.


As pessoas estão se esquecendo de prestar atenção também nesses outros agentes políticos, que são na realidade os principais responsáveis por todas as medidas antipopulares que vêm surgindo. São eles que criam e aprovam as leis, dentre muitas outras ferramentas jurídicas, que infelizmente atualmente não têm sido pensadas para o bem estar da população. Temos atualmente uma presidência defendendo apenas aos interesses dos grandes empresários e seus representantes. O atual governo do PT deixou de lado o que fazia do partido uma opção a esse capitalismo selvagem que apenas serve para oprimir os mais pobres em benefício dos ricos e poderosos.

A população cada vez mais indignada com o atual governo, mas alheia à tudo o que há por trás da atual situação, reproduz o discurso do impeachment e alimentam um ódio que só ajuda a manutenção dos conservadores no poder
Tudo isso serviu para criar na população um ódio irracional por um partido e uma pessoa específica, sem um senso crítico, ou uma reflexão acerca da complexidade da situação política em que vivemos. Será que um impeachment seria realmente o correto a se fazer? Caso ocorresse, quem iria subir ao poder? Quais interesses seriam defendidos a partir de então? A situação melhoraria para a população em geral? Essas perguntas deveriam fazer parte das reflexões diárias das pessoas que tentam a todo custo defender tal medida.

Realmente é necessário promover mudanças concretas no cenário político de nosso país. Mas como fazê-lo? Se ocorresse na atual conjuntura, um impeachment, aqueles que subiriam ao poder, também não defenderiam os interesses populares. Muito pelo contrário. Isso porque estas pessoas são em grande parte grandes empresários ou representantes dos mesmos. A verdade é que esse sentimento de ódio foi tão bem semeado, que bestializou o ser humano e turvou o julgamento das pessoas para o que é certo ou errado e as deixou cegas para os ademais envolvidos. 

Todas as atenções e sentimentos de ódio são hoje voltados à presidente Dilma e ao PT, mas as pessoas continuam a defender figuras como Bolsonaro e Eduardo Cunha e seus respectivos partidos políticos, que além de estarem também envolvidos na Operação Lava Jato, são protagonistas de inúmeras atividades escusas. Os brasileiros estão sendo programados com eficiência para enxergarem apenas o que convém aos grandes culpados desta enorme crise que se instalou. Jogaram uma cortina de fumaça que permite que as pessoas vejam apenas o que convém aos que manipulam as cordas por trás das cortinas.

No entanto não podemos também ignorar o fato de que depois de mais de 12 anos no poder, houve uma certa acomodação do atual governo, que deixou de lado muitas de suas ideologias. Infelizmente o governo atual está agora, se preocupando apenas em atender as demandas do capital financeiro, das grades empreiteiras e dos grandes empresários e banqueiros, deixando de lado os interesses populares, a saúde, segurança, empregos e educação, sem falar que deixou de lado também a população LGBT, traindo dessa forma o povo e suas promessas de campanha. Tendo afirmado durante o processo eleitoral, que defenderia as pautas LGBTs e agilizaria o mais rápido possível a aprovação da lei contra a LGBTfobia e o PL João Nery, a atual governante se mostra hoje apática e desinteressada quanto ao assunto e até hoje, os processos de aprovação dessas duas importantes leis, se arrastam na câmara.
   
É lamentável observar como esta história está se desenrolando. Depois de tanta luta, o PT simplesmente entrou no jogo anti-petista e está completamente desacreditado por grande parte da população, devido às políticas adotadas atualmente. Há inclusive cada vez mais pessoas defendendo a volta da ditadura militar, ou seja, um possível novo golpe militar está se tornando cada vez mais eminente. Isso prova como a educação do Brasil anda mal das pernas. Qualquer pessoa que tivesse uma educação minimamente satisfatória, saberia das consequências de uma ditadura militar. A população está sendo levada a acreditar que está lutando pela salvação da sociedade de nosso tão maltratado país, mas não percebem o quanto estão sendo incoerentes em suas ações. Mas isso fica par o próximo post, onde tratarei justamente sobre a ditadura e suas consequências.

Essa lógica de quem defende a elite às custas do sofrimento da população mais humilde, é completamente incoerente. Talvez, se a grande maioria dos representantes com interesse em defender a burguesia e os milionários parassem para analisar, seria muito mais benéfico inclusive para os empresários, que a população tivesse maior poder aquisitivo e maior poder de compra. É o povo quem movimenta a economia. Tirando os direitos das pessoas, lhes tirando os empregos também, estão prejudicando a si mesmos, afinal, quem não tem poder aquisitivo, não pode consumir.

Um povo feliz, bem remunerado e com qualidade de vida satisfatória, geraria mais lucro para eles também. Mas ao que parece eles também não seguem um raciocínio muito lógico. No entanto, sabemos que o capitalismo já está mostrando claros sinais de decadência. O capitalismo, esse sistema sustentado pelo egoísmo humano, cedo ou tarde iria falir. O socialismo seria a opção ideal para que cessassem todas as crises e mazelas sociais que enfrentamos hoje. Um sistema sócio-econômico, onde todos tenham iguais oportunidades e não haja as diferenças sociais gritantes que testemunhamos hoje. 

Um país sem ricos ou pobres, apenas cidadãos, todos trabalhando de forma justa e recebendo o salário justo pelos seus trabalhos. Onde não exista a exploração do trabalhador, onde não exista patrões/empregados e sim pessoas sem distinções em seus direitos e privilégios. Esse é o ideal de nação que eu persigo e tenho esperanças de um dia tornar realidade.



sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Escola dos EUA terá aulas de História LGBT! Enquanto isso, no Brasil....


Desde a Revolta de Stonewall em 28 de Junho de 1969, até os dias de hoje, a população LGBT ao redor do mundo segue em sua luta por igualdade de direitos, respeito, aceitação e dignidade! Uma luta que começou em Nova York, no bar Stonewall Inn no bairro de Greenwich Village e suas imediações entre a comunidade LGBT local, que era duramente perseguida, e a polícia de Nova York. Um ano após o ocorrido, 10 mil pessoas reúnem-se na porta do bar e iniciam a primeira marcha LGBT. Esse evento é o marco que ficou conhecido como o Dia Mundial do Orgulho Gay, e inspirou a militância ao redor do mundo.

Nos EUA da década de 60, de acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, a homossexualidade ainda era considerada desordem mental, e crime punível com penas que variavam de 20 anos à prisão perpétua em quase todos os estados americanos, com a exceção da cidade de Illinois.

Paradoxalmente, a cidade de Nova York, apesar de conter o maior segmento LGBT da época, tinha também as mais rígidas leis contra sodomia (coito anal entre dois indivíduos) do país, chegando inclusive a criar "esquadrões do vício", para fazer batidas nos bares homossexuais e prender seus clientes. Não raro, infiltravam policiais disfarçados, em ambientes públicos de "pegação", a fim de identificar e prender gays. 




A partir do próximo ano letivo, em setembro, A Ruth Asawa School of the Arts, de San Francisco, terá a disciplina de História LGBT. Os EUA já foram grandes perseguidores da classe LGBT, mas graças à grande atuação e à união da militância no país, atualmente testemunhamos uma evolução impressionante, no que tange à garantia dos direitos para a nossa comunidade.  

Um país até pouco tempo atrás considerado retrógrado, vem sendo palco de diversas conquistas pela população LGBT ao longo dos anos e reconhecendo-os como cidadãos, seres humanos providos dos mesmos sonhos, sentimentos, necessidades e aspirações que qualquer pessoa. Tudo isso, é claro, à base de muita luta, pois lá também a batalha não é fácil. O que muda, é que nos EUA, a atuação da militância gera frutos mais rapidamente do que em outras partes do mundo, a exemplo do Brasil.

Durante o curso, será contada a história da Revolta de Stonewall, a epidemia da AIDS, a história de vida dos ativistas LGBTs, dentre outros temas ligados à realidade deste segmento. Isso promoverá inclusão, quebra de paradigmas e consequentemente, pessoas mais respeitosas e desprovidas de preconceitos.

Infelizmente, em nosso país, testemunhamos acontecer o processo inverso... O kit contra LGBTfobia que seria adotado nas escolas foi vetado pela própria presidente, sob pressão da bancada evangélica. Bancada esta, que de acordo com o Estado laico, nem deveria existir, afinal, em um País que segue os princípios do laicismo, líderes religiosos, não podem em hipótese alguma, ter influência em assuntos do Estado. Agora propõem alteração no PME: A emenda da bancada evangélica exclui os termos "Gênero", "diversidade sexual" e “LGBT” do Plano Municipal de Educação (PME). 

Rejeitada anteriormente, tal medida voltou à discussão, com algumas mudanças:

“Foi retirado os termos LGBT e gênero. Também suprimimos o artigo que dispõe sobre a distribuição de materiais pedagógicos nas escolas sobre a diversidade sexual”; “Entende-se que não é um assunto a ser falado dentro da escola, mas sim no âmbito familiar”, afirma Pastor Ezequiel Bueno (PRB) – líder da bancada evangélica no Legislativo.

Uma corrente fundamentalista da Igreja Católica, a Igreja Carismática, também defende a exclusão de tais temas das grades de ensinos:

“Cabe a nós não aceitarmos a imposição e intromissão do Estado na educação moral e de princípios que competem à família”, defendem os carismáticos.

Segundo o vice-presidente da Câmara e um dos defensores do PME, Pietro Arnaud (PTB), a bancada evangélica confundiu a comunidade sobre as metas e diretrizes da educação dos próximos dez anos. “Alguns parlamentares pretendem confundir a população de que o PME trata da chamada ‘Ideologia e Gênero’, quando o que o PME trata sim é da ‘Educação de Gênero’”, disse. “Ao lermos o projeto, não se trata de distribuição de Kit Gay para crianças, banheiros para meninas e meninos, ou afirmar que as mulheres poderão ser chamadas de meninos ou vice versa”, concluiu.

Sabemos que a grande causa da violência é a exclusão social. Ao implementar o ensino inclusivo para a população LGBT, estaríamos reduzindo consideravelmente a quantidade dessa camada da população vivendo da prostituição, diminuiríamos drasticamente o índice de violências homotransfóbicas e teríamos a partir de então, um novo cenário a ser pintado na realidade de nossa sociedade. Onde todos teriam iguais oportunidades na vida, inclusive a população LGBT, onde esta comunidade, hoje ainda tão oprimida, poderia vislumbrar um futuro melhor, uma perspectiva e qualidade de vida que dificilmente conseguimos conquistar nas atuais condições.

Tal emenda proposta pela bancada evangélica, é extremamente perigosa, pois estimula a intolerância desde cedo nas crianças. Tentam convencer as pessoas de que o PME, trazendo a educação inclusiva, abordando as questões das diversidades sexuais e de gênero, estimulariam as pessoas a mudarem sua orientação sexual ou identidade de gênero da noite para o dia, como se orientação sexual ou identidade de gênero fossem uma escolha do indivíduo. A real intenção nessa questão, é influenciar no respeito e não fazer lavagens cerebrais, para “converter” héteros em homossexuais, ou cisgêneros em transgêneros.

Para conseguirmos conquistar um novo patamar em nossa história, precisamos quebrar esses paradigmas, garantir amparo a uma parcela da população constantemente perseguida e estigmatizada perante a sociedade, espaço no mercado de trabalho em pé de igualdade com os ademais, condições de frequentar colégios e universidades, sem receios de sofrer perseguições ou represálias, para que possamos andar nas ruas com a mesma relativa segurança garantida a todos, que cessem os casos de violências motivadas pela LGBTfobia.

Todos têm igual direito de ir e vir, garantido pela Constituição, temos também direito de amar e ser amados expressar gestos de carinho, amor e afeto, como qualquer casal normal. Casar, constituir família, ter projetos de vida juntos, são sonhos de todos os casais inseridos na comunidade LGBT. Uma família constituída por dois pais e um(a) filho(a), ou duas mães e uma criança, ou mesmo casais trans, dentre muitos outros, não vão afetar em nada as demais famílias! Cada qual cuidará da educação e formação de suas crianças da melhor forma possível, independente da configuração familiar.


O amor, não deveria ser algo colocado em discussão, pois trata-se de algo subjetivo e inerente ao ser humano e todos são igualmente capazes de amar e têm o direito de vivenciar e compartilhar esse sentimento.





Projeto Transcidadania começa a mudar a vida da população "T" de SP


Amanda Manfree, uma das beneficiadas pelo Projeto Transcidadania na cidade de SP,
candidata a conselheira tutelar, em 2016.
A partir de Janeiro de 2016, SP poderá ter sua primeira conselheira tutelar trans. Essa realidade se faz cada vez mais comum na cidade de SP, graças ao Projeto Transcidadania, que vem resgatando a dignidade da população "T" da maior capital do país. Esse é um projeto que foi posto em prática pela prefeitura de SP, através de um trabalho muito dedicado da Secretária Municipal de Direitos Humanos  de SP e Secretária Geral de Direitos Humanos da Presidência da República e mulher trans, Symmy Larrat. outra conquista muito importante para o segmento "T", afinal, uma mulher trans como gestora pública, era algo impensável décadas atrás. Graças a essa mulher notável, este projeto, fruto de muita luta, já começou a gerar frutos.


Aos 30 anos, disposta a fazer parte dessa mudança e mudar o seu destino, Amanda Manfree recém formada no ensino médio pelo Projeto Transcidadania, é atual candidata a ocupar o cargo de conselheira tutelar no próximo ano. Dando certo, isso será um divisor de águas, pois é de conhecimento geral, que a população LGBT em geral, costuma sofrer bastante com o preconceito no ambiente escolar e dentro da própria família. Desamparadas, as pessoas que fazem parte desse segmento, acabam evadindo da vida escolar, muitas vezes também obrigadas a sair do convívio da família, encontram na prostituição, a única forma viável de viver a vida, conseguir o seu sustento e suprir as demais necessidades do dia-a-dia.

Dentre todos os segmentos da população LGBT, a população "T" é ainda a que mais sofre com os preconceitos e estigmas sociais. Não é raro, na verdade, é maioria esmagadora, travestis e transexuais que acabam sendo tragadas pelo mundo das drogas, para conseguirem encarar o duro trabalho como profissionais do sexo. Expostas a todo tipo de humilhações, doenças, violências, até mesmo risco de morte, essas pessoas têm uma vida difícil e muito sofrida. Com o atual projeto, essa realidade começa a mudar em alguns lugares do país. Não apenas em SP, mas em outras cidades do país, já existem projetos voltados a resgatar a cidadania e dignidade desse segmento, muitas vezes desprezado, estigmatizado, perseguido e escarnecido pela sociedade.

Projetos desse tipo deveriam se fazer presentes em cada cidade, em cada município do país. A cidade de Alagoinhas, cidade do interior do estado da Bahia, também possui uma grande população trans. A maior parte, vive exclusivamente da prostituição, poucas têm a sorte de seguir destinos diferentes. Se um projeto voltado à essa parcela da população fosse adotado na cidade, a vida de muitas travestis e transexuais (homens e mulheres trans), mudaria drasticamente. Com novas perspectivas de vida, a população 'T' de Alagoinhas poderá vislumbrar um futuro melhor, com mais dignidade, respeito e reconhecimento perante toda a sociedade. Esse é um sonho pelo qual pretendo lutar.

Cursos preparatórios inclusivos, seriam fundamentais para quebrar certos paradigmas que fazem parte do imaginário da população. Se acostumarem com a presença de travestis e transexuais nos mais diversos setores, é o começo de uma grande mudança. É o primeiro passo para a construção de uma sociedade mais humanizada, onde todos comecem a enxergar como iguais, aqueles que consideram "diferentes". A prostituição deverá deixar de ser a única opção para os representantes  do segmento, para ser APENAS uma das várias opções.

Só através de um movimento social forte e organizado, podemos fazer acontecer as mudanças que tanto almejamos! Esse projeto só foi possível através de um movimento organizado e unido, em prol do bem coletivo. Quando o segmento social é conhecedor dos próprios direitos e mostra isso através de movimentos altamente organizados, capazes de exercer a pressão necessária, o poder executivo se vê obrigado a atender a estas demandas.

Atualmente um dos poucos partidos que defendem essa e outras bandeiras, representantes das minorias e da população em geral (a verdadeira, não as elites), é o PSOL. Um partido jovem, que defende a democracia direta, isto é, o próprio povo se auto-organizando em torno dos interesses coletivos, pensando suas demandas e obrigando o poder público a executá-las.

Amanda Manfree, é apenas um dos exemplos de que com dedicação e com a ajuda de projetos como o Transcidadania, a história da vida de milhões de pessoas trans, ainda pode ter um final feliz. Ainda há esperança! Não devemos desistir da luta!

 Prefeitura de SP-Projeto Reinserção Social Transcidadania-lista de beneficiários
 Pricípios de Yogyakarta
PRINCIPIOS DE YOGYAKARTA-PRINCÍPIOS SOBRE A APLICAÇÃO DALEGISLAÇÃO INTERNACIONAL DEDIREITOS HUMANOS EM RELAÇÃOÀ ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A importância do Estado laico

Muitas pessoas costumam ouvir falar constantemente sobre "Estado laico". Mas o que seria de fato, um "Estado laico" por definição? E qual a sua importância?

Estado laico é todo país que mantém uma posição neutra no âmbito religioso, sem impor determinada religião em detrimento das demais. Um Estado laico defende a liberdade religiosa e proíbe a interferência de quaisquer correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais, ou seja, a religião não deve interferir nos assuntos do Estado.

Com a Revolução Francesa, o laicismo, responsável pela separação entre Igreja e Estado, ganhou força. Nossa Lei maior, a Constituição Federal, junto com diversas outras leis, garante o Brasil como um país laico, prevendo assim, a liberdade religiosa a toda a população e protegendo e respeitando todas as manifestações religiosas existentes.

Constituição Federal/1988, art.5º:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”

Contudo, as escolas brasileiras contrariam a determinação da CF/88, ao ensinar religião em sala de aula. Algumas escolas ultrapassam a função de formar cidadãos e chegam a ser doutrinárias, impondo um ponto de vistaPaíses teocráticos, ou seja, não-laicos, são regidos por uma religião predominante, mesmo no hemisfério político, a exemplo do Vaticano (Igerja Católica-Catolicismo), Irã(República Islâmica-Islamismo) e Israel(Estado Judeu-Judaismo).

Além destes dois modelos, ainda existe o Estado confessional, onde apesar de reconhecer uma religião predominante como religião oficial, esta não detém real importância no Âmbito político do Estado. Vale lembrar, que ateus e agnósticos, também estão inseridos no Estado laico, pois assim como todos têm direito de seguir a fé com a qual se identifica, o mesmo vale para as pessoas que não se identificam com nenhum tipo de religião.

O Brasil, apesar de se denominar Estado laico, ainda está longe de demonstrar sê-lo de fato. prova disso, é a atuação da bancada evangélica na câmara, que vem dificultando a vida das minorias religiosas e da população LGBT em nosso país, negando inclusive a essa parcela da população,a manifestação de sua fé. Exemplo disso foi a repercussão da manifestação da travesti Viviany Beleboni durante a parda LGBT de SP, demonizando a população LGBT e manipulando a opinião pública utilizando de falsas acusações para desqualificar ainda mais uma manifestação que é uma forma de expressão e afirmação da identidade.

As minorias que já eram perseguidas, encontram nessa atual conjuntura política, uma grande ameaça à liberdade do livre exercício de sua fé e suas atividades religiosas, ameaças em nome de Deus, não são raras contra praticantes de religiões de matriz africana, por parte de fundamentalistas religiosos. Só quando compreenderem o que de fato é o Estado laico e a importância do mesmo, poderemos ter mais harmonia e respeito entre as pessoas de diferentes tipos de crenças.

É necessária uma total revisão do atual cenário político de nosso país, e chegar a uma solução quanto à presença de fundamentalistas religiosos infiltrados na câmara, que tentam a todo custo, derrubar o Estado laico. De acordo com a definição de Estado laico, líderes religiosos não devem figurar no cenário político, nem ocupar cargos legislativos.

Trabalhadoras rurais na luta! "É melhor morrer na luta do que morrer de fome!"


Marcha das Margaridas: 32 anos após sua morte, Margarida Maria Alves
é imortalizada através do nome que puseram ao Movimento, em sua homenagem e
inspira a luta das mulheres do campo nos tempos atuais.
Margarida Maria Alves, esse era o nome de uma líder sindical, paraibana e representante das mulheres trabalhadoras rurais, assassinada na porta de sua casa em 12 de Agosto de 1983. 

Ontem, dia 12 de Agosto de 2015, foi o 32º ano de sua morte e as mulheres trabalhadoras do campo, tomaram as ruas, em um movimento lindo e emocionante, inspiradas ainda hoje, pelas fortes palavras desta notável mulher: "É melhor morrer na luta do que morrer de fome!" e no mesmo discurso, "da luta eu não fujo". Palavras proferidas por ela, 3 meses antes de ser brutalmente assassinada, no dia 1º de Maio de 1983. Assassinada para ser silenciada, pois sua liderança sindical, claramente incomodava muita gente na época.

Sua casa , transformada em museu no ano de 2001, traz em uma de suas paredes, a frase "Da luta eu não fujo". Frase que ate hoje é inspiração para as demais militantes do segmento. No museu, uma casa singela de 4 cômodos e fachada amarela é possível ver vários documentos da época, ligados à sua luta no movimento sindical, além de móveis, eletrodomésticos, roupas, ferramentas de trabalhadores rurais que trabalhavam nas lavouras de cana-de-açúcar, fotos e inúmeros objetos pessoais, tudo o que fazia parte de seu dia-a-dia.


Margarida Maria Alves (Alagoa Grande, PB); foi uma sindicalista brasileira responsável por
mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional durante a ditadura militar.

O crime que lhe ceifou a vida alcançou uma repercussão internacional, fato que pode ser comprovado através de vários recortes de jornais da época. Tal fato, chamou a atenção para a tensão existente entre latifundiários e os sindicatos. Margarida Alves não seria a única liderança sindical, marcada par morrer. Por ser uma mulher guerreira e que não fugia da luta mesmo sob constantes ameaças, ela continuou seguindo firme e forte em sua missão, até que na fatídica data 12 de Agosto de 1983, com auxílio de uma espingarda calibre 12, um matador de aluguel, calou a sua voz. Infelizmente até hoje os mandantes do crime seguem impunes.

12 de Agosto de 1983. Foi calada a voz de Margarida Maria Alves, líder sindical, mulher de fibra, que não temia ameaças, lutava incessantemente pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Mas sua voz foi calada apenas momentaneamente! Ela permanece viva e imortal nos corações das mulheres, que lutam no dia a dia por seus direitos e dignidade. Suas palavras ecoam em seus corações, pensamentos, em suas bocas, em sua ações! Obrigada, Margarida Alves, pelo incrível legado que você nos deixou. Sua luta não foi em vão.

Para saber mais sobre a história dessa mulher magnífica, acessem: 
Marcha das Margaridas: 32 anos depois, líder ainda influencia mulheres do campo
Campanha 'Margarida na Memória'

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Flor de Fukushima: margaridas mutantes crescem na região afetada pela radiação


As consequências do acidente nuclear em Fukushima: Será que vale a pena investir em usinas nucleares?


Observando essa foto, pode-se perceber algo bem estranho nessas flores: Sim, são margaridas! Entretanto, tratam-se de margaridas mutantes, resultantes do mais recente acidente nuclear registrado, o acidente de Fukushima, no Japão, a 4 anos atrás. 

Acidente nuclear de Fukushima, pôs em risco a vida de inúmeras famílias
 e causa grande impacto ambiental até hoje.

Os altos índices de radiação, provocaram mutações bizarras, que puderam ser observadas e plantas e animais. Além das margaridas, foram registradas alterações genéticas aberrantes em animais, como borboletas mutantes encontradas na região, também decorrentes da contaminação por radiação.

As partículas radioativas, têm o poder de penetrar na estrutura celular, provocando mutações na cadeia de DNA, que quando não são fatais, promovem algum tipo de deformidade. Ainda assim, a energia nuclear, é ainda bastante difundida em todo o mundo e ainda existe um largo investimento em construção de novas usinas desse tipo. No entanto, um único descuido por ocasionar em eventos catastróficos e quase sempre irreversíveis! Agora o governo japonês decidiu que deve realocar as pessoas em suas respectivas casas, considerando o local "seguro" para se viver... Será mesmo?? 

Usina de Shernobyl, destruída na explosão. Local permanece uma cidade fantasma,
graças à radioatividade que se mantém em níveis muitos elevados até os dias de hoje.

Chernobyl é até hoje um grande cemitério devido aos altos índices de radiação, resultante do acidente nuclear mais notório da história, ocorrido no dia 26 de Abril de 1986.
O desenvolvimento deve ser alcançado com parcimônia e bom senso. Na atual conjuntura, não podemos nos dar ao luxo de arriscar ainda mais o futuro de nosso planeta! É uma responsabilidade, não somente para com a espécie humana, mas ara com todos os seres viventes neste lindo, porém doente planeta, que agoniza, vítima do total descaso do ser humano, que prefere fechar os olhos para a realidade, em nome do lucro! 

Usina nuclear Angra1

Agora, o Brasil está em meio à construção de mais uma usina nuclear, o Angra 3, na praia de Itaorna, mais uma bomba-relógio a ser instalada no seio de nosso país! Há quem ainda se lembre do acidente de Angra 1, que embora não tenha sido um acidente nuclear consumado, é um alerta à fragilidade da segurança desse tipo de usinas. Agora temos o Angra 2 e o Angra 3 que entrará em operação em 2018. Com todo o conhecimento que já temos em energia limpa, tais usinas não deveriam ser necessárias! Usinas nucleares produzem uma quantidade absurda de lixo radioativo. E para onde eles vão? Para aterros especiais, entretanto, não é descartada a possibilidade de um vazamento e um consequente envenenamento do solo por radiação! É um risco desnecessário para a fauna e a flora local, além das pessoas que residem em cidades próximas!

Desenvolvimento Sustentável, com responsabilidade ambiental e fontes alternativas de energia

O futuro da saúde nosso enfermo planeta, depende da adoção em massa,
das fontes de energia alternativas limpas

Um desenvolvimento sustentável, com responsabilidade, visando o bem estar da população e a preservação ambiental, seria o ideal. Fontes de energia limpa, poderiam ser adotadas em larga escala, assim como também, poderiam ser utilizadas de forma individual em residências, gerando menos gastos para o governo, diminuindo significativamente o impacto ambiental, sem a necessidade de destruir hectares inteiros de florestas, sem a produção de poluentes e sem prejudicar a economia de um país.

Hidrelétricas inundam milhares de hectares de terra
e causam impactos ambientais de proporções astronômicas.
Outra vantagem importante, para a população em geral, seria a grande economia nas contas de luz. Hoje, com a atual crise energética, e a infame "bandeira vermelha", famílias inteiras estão sendo forçadas a escolher entre pagar a conta de luz, ou se alimentar. Trazendo para o cenário da cidade de Alagoinhas, diversas famílias veem sendo obrigadas a pagar valores mensais que extrapolam facilmente os R$:100,00 (cem Reais), ultrapassando os R$:200,00 (duzentos Reais), muitas vezes (As casas do projeto "Minha Casa Minha Vida", também não escapam dessas contas abusivas). Famílias, que em grande parte, vive de salário mínimo ou até menos que isso, numa cidade onde a oferta de emprego é precária e muitas vezes com chefes abusivos, que fazem muitas vezes as pessoas trabalharem no mínimo 12h por dia (sem hora-extra). Entre pagar aluguel, conta de água, conta de luz, transporte, escola, etc., é um milagre quando sobra dinheiro par comprar pelo menos metade de uma cesta básica.

Energias eólica, solar e de biomassa: As grandes apostas para acabar com a crise energética e
com a poluição, os desmatamentos e inundações causados por construções de usinas hidrelétricas ,
termoelétricas e nucleares
São várias as opções a serem adotadas, quando o assunto é energia renovável e limpa! De acordo com as condições de determinadas regiões, podem ser melhor implantadas a energia solar (locais mais ensolarados), energia eólica (em regiões serranas, e demais locais cujo vento sopre com maior intensidade), Em locais onde há produção de diversas culturas agrícolas, outra opção econômica e ecologicamente viável, seria a de biomassa.

Existe uma campanha chamada "Campanha Nacional Pela Produção e Uso de Energia Solar Descentralizada", que propõe mobilizar todo o país em favor da produção de energia solar descentralizada. Seria abolido nesse caso também o uso de baterias para armazenar a energia guardada ao longo do dia, pois a energia coletada em cada local, seria compartilhado na rede elétrica, de forma que a depender da relação produção/consumo, as pessoas poderão não apenas baratear suas contas de luz, como eventualmente ganharem por produção. Dessa forma, cada casa, prédio público, hospitais, escolas, empresas, prédios comerciais e residenciais, teria total autonomia de energia, sem prejuízos ao meio ambiente. Este é um dos mais ambiciosos e brilhantes projetos já pensados no setor.

Vale ressaltar, que cada metro quadrado de energia solar, evita a inundação de 56 metros quadrados por hidrelétricas! Nosso país é privilegiado para adotar quaisquer modelos de energia alternativas. Temos regiões excelentes para adoção da energia eólica, nosso país tem uma dos maiores mercados de agronegócio, com as mais diversificadas culturas, que poderiam ser aproveitadas como biomassa, assim como a energia solar poderia ser plenamente empregada com sucesso e eficiência, mesmo nos locais menos ensolarados de nosso país. A Alemanha, que tem 40% luz solar do que as regiões menos ensolaradas do Brasil, é líder mundial em energia solar, sendo que com apenas 5% de todos os raios solares que recaem sobre todo o território nacional é mais do que suficiente para gerar toda a energia que o Brasil precisa.

Quando o Brasil acordar para a importância e as vantagens das fontes alternativas de energia, veremos uma grande mudança na qualidade de vida das pessoas e o meio ambiente e sua biodiversidade, poderão ser recuperados e preservado par as futuras gerações.
De acordo com a Resolução Normativa nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica, de 17 de abril de 2012(http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=5457&id_area=90, cada família, instituição pública, igreja ou empresa já pode tornar-se micro ou minigeradora de energia elétrica tendo como fonte o sol (ou o vento, a água, a biomassa, ou diversas fontes combinadas) e trocar energia com a empresa distribuidora de sua região. Isso torna obsoleta a necessidade da utilização de baterias pelas pessoas que resolvem tornar-se micro ou minigeradora de energia solar, o que reduz significavelmente o impacto ambiental causado por descarte destas baterias, pois o excedente da energia produzida vai para a rede pública, em um processo de troca mútua. Nesse caso, se a produção exceder a quantidade de energia utilizada, o micro ou pequeno gerador (que pode ser uma residência), recebe por aquele excedente, enquanto se consumir sem produzir, este terá que pagar pelo valor utilizado da rede pública.

Modelos desse tipo, ou equivalentes utilizando quaisquer outros meios de energia alternativa (a exemplo da eólica e da biomassa), garantiriam menos desmatamentos, menos inundações, menos poluentes, menos ricos, sem falar que não desabrigariam milhares de famílias e dezenas de povos indígenas, ou destruiria a biodiversidade de determinadas regiões.

Povos indígenas são obrigados a se deslocarem dos locais onde moram, por conta das
inundações das hidrelétricas, que ameaça toda uma cultura de um povo, dono desta terra por direito.


Saiba mais sobre a nocividade da adoção da energia nuclear em ... https://www.change.org/p/pela-revogação-do-acordo-nuclear-brasil-alemanha-em-2014