quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Fora Dilma!! Exercício da democracia, ou retrocesso da mesma?

Acreditando estar defendendo a democracia, a população clama pelo impeachment a atual presidente Dilma.
Será que essa é realmente a melhor solução?
Fora Dilma!! Essas palavras atualmente costumam ecoar constantemente na boca do povo. Algumas pessoas acreditam que o impeachment é nada mais, nada menos, do que um direito democrático. Mas será mesmo, que tal definição se aplica no atual momento político de nosso país?


Claro, que se formos observar por um ângulo, pelo significado da palavra "democracia", que seria "poder do povo", daria às pessoas o direito de colocar e retirar do poder seus representantes. Afinal, os governantes de um Estado Democrático, são funcionários do povo. No entanto, as coisas não são tão simples como parecem. Há também nesse tipo de situação, diversos interesses em jogo e infelizmente, nem sempre esses interesses são em benefício da população.

Cada vez mais hostil ao atual governo, a população viraliza na internet, memes com mensagens e imagens que externam o sentimento de ódio e repúdio que se instalou no seio de nossa nação.

O cenário atual, pintou na imagem da figura pública da presidente Dilma, um verdadeiro monstro, responsável por todos os males do nosso país. É em parte verdade. Afinal, não podemos negar que a mesma tem atacado o povo trabalhador e a população mais carente, aprovando diversas medidas impopulares atualmente, chocando inúmeras pessoas que viam no governo do PT, a esperança de um futuro melhor. Entretanto, o (a) presidente não governa sozinho (a). Infelizmente, existem muitos senadores e deputados, com interesses que vão completamente contra as demandas populares.


As pessoas estão se esquecendo de prestar atenção também nesses outros agentes políticos, que são na realidade os principais responsáveis por todas as medidas antipopulares que vêm surgindo. São eles que criam e aprovam as leis, dentre muitas outras ferramentas jurídicas, que infelizmente atualmente não têm sido pensadas para o bem estar da população. Temos atualmente uma presidência defendendo apenas aos interesses dos grandes empresários e seus representantes. O atual governo do PT deixou de lado o que fazia do partido uma opção a esse capitalismo selvagem que apenas serve para oprimir os mais pobres em benefício dos ricos e poderosos.

A população cada vez mais indignada com o atual governo, mas alheia à tudo o que há por trás da atual situação, reproduz o discurso do impeachment e alimentam um ódio que só ajuda a manutenção dos conservadores no poder
Tudo isso serviu para criar na população um ódio irracional por um partido e uma pessoa específica, sem um senso crítico, ou uma reflexão acerca da complexidade da situação política em que vivemos. Será que um impeachment seria realmente o correto a se fazer? Caso ocorresse, quem iria subir ao poder? Quais interesses seriam defendidos a partir de então? A situação melhoraria para a população em geral? Essas perguntas deveriam fazer parte das reflexões diárias das pessoas que tentam a todo custo defender tal medida.

Realmente é necessário promover mudanças concretas no cenário político de nosso país. Mas como fazê-lo? Se ocorresse na atual conjuntura, um impeachment, aqueles que subiriam ao poder, também não defenderiam os interesses populares. Muito pelo contrário. Isso porque estas pessoas são em grande parte grandes empresários ou representantes dos mesmos. A verdade é que esse sentimento de ódio foi tão bem semeado, que bestializou o ser humano e turvou o julgamento das pessoas para o que é certo ou errado e as deixou cegas para os ademais envolvidos. 

Todas as atenções e sentimentos de ódio são hoje voltados à presidente Dilma e ao PT, mas as pessoas continuam a defender figuras como Bolsonaro e Eduardo Cunha e seus respectivos partidos políticos, que além de estarem também envolvidos na Operação Lava Jato, são protagonistas de inúmeras atividades escusas. Os brasileiros estão sendo programados com eficiência para enxergarem apenas o que convém aos grandes culpados desta enorme crise que se instalou. Jogaram uma cortina de fumaça que permite que as pessoas vejam apenas o que convém aos que manipulam as cordas por trás das cortinas.

No entanto não podemos também ignorar o fato de que depois de mais de 12 anos no poder, houve uma certa acomodação do atual governo, que deixou de lado muitas de suas ideologias. Infelizmente o governo atual está agora, se preocupando apenas em atender as demandas do capital financeiro, das grades empreiteiras e dos grandes empresários e banqueiros, deixando de lado os interesses populares, a saúde, segurança, empregos e educação, sem falar que deixou de lado também a população LGBT, traindo dessa forma o povo e suas promessas de campanha. Tendo afirmado durante o processo eleitoral, que defenderia as pautas LGBTs e agilizaria o mais rápido possível a aprovação da lei contra a LGBTfobia e o PL João Nery, a atual governante se mostra hoje apática e desinteressada quanto ao assunto e até hoje, os processos de aprovação dessas duas importantes leis, se arrastam na câmara.
   
É lamentável observar como esta história está se desenrolando. Depois de tanta luta, o PT simplesmente entrou no jogo anti-petista e está completamente desacreditado por grande parte da população, devido às políticas adotadas atualmente. Há inclusive cada vez mais pessoas defendendo a volta da ditadura militar, ou seja, um possível novo golpe militar está se tornando cada vez mais eminente. Isso prova como a educação do Brasil anda mal das pernas. Qualquer pessoa que tivesse uma educação minimamente satisfatória, saberia das consequências de uma ditadura militar. A população está sendo levada a acreditar que está lutando pela salvação da sociedade de nosso tão maltratado país, mas não percebem o quanto estão sendo incoerentes em suas ações. Mas isso fica par o próximo post, onde tratarei justamente sobre a ditadura e suas consequências.

Essa lógica de quem defende a elite às custas do sofrimento da população mais humilde, é completamente incoerente. Talvez, se a grande maioria dos representantes com interesse em defender a burguesia e os milionários parassem para analisar, seria muito mais benéfico inclusive para os empresários, que a população tivesse maior poder aquisitivo e maior poder de compra. É o povo quem movimenta a economia. Tirando os direitos das pessoas, lhes tirando os empregos também, estão prejudicando a si mesmos, afinal, quem não tem poder aquisitivo, não pode consumir.

Um povo feliz, bem remunerado e com qualidade de vida satisfatória, geraria mais lucro para eles também. Mas ao que parece eles também não seguem um raciocínio muito lógico. No entanto, sabemos que o capitalismo já está mostrando claros sinais de decadência. O capitalismo, esse sistema sustentado pelo egoísmo humano, cedo ou tarde iria falir. O socialismo seria a opção ideal para que cessassem todas as crises e mazelas sociais que enfrentamos hoje. Um sistema sócio-econômico, onde todos tenham iguais oportunidades e não haja as diferenças sociais gritantes que testemunhamos hoje. 

Um país sem ricos ou pobres, apenas cidadãos, todos trabalhando de forma justa e recebendo o salário justo pelos seus trabalhos. Onde não exista a exploração do trabalhador, onde não exista patrões/empregados e sim pessoas sem distinções em seus direitos e privilégios. Esse é o ideal de nação que eu persigo e tenho esperanças de um dia tornar realidade.



sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Escola dos EUA terá aulas de História LGBT! Enquanto isso, no Brasil....


Desde a Revolta de Stonewall em 28 de Junho de 1969, até os dias de hoje, a população LGBT ao redor do mundo segue em sua luta por igualdade de direitos, respeito, aceitação e dignidade! Uma luta que começou em Nova York, no bar Stonewall Inn no bairro de Greenwich Village e suas imediações entre a comunidade LGBT local, que era duramente perseguida, e a polícia de Nova York. Um ano após o ocorrido, 10 mil pessoas reúnem-se na porta do bar e iniciam a primeira marcha LGBT. Esse evento é o marco que ficou conhecido como o Dia Mundial do Orgulho Gay, e inspirou a militância ao redor do mundo.

Nos EUA da década de 60, de acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, a homossexualidade ainda era considerada desordem mental, e crime punível com penas que variavam de 20 anos à prisão perpétua em quase todos os estados americanos, com a exceção da cidade de Illinois.

Paradoxalmente, a cidade de Nova York, apesar de conter o maior segmento LGBT da época, tinha também as mais rígidas leis contra sodomia (coito anal entre dois indivíduos) do país, chegando inclusive a criar "esquadrões do vício", para fazer batidas nos bares homossexuais e prender seus clientes. Não raro, infiltravam policiais disfarçados, em ambientes públicos de "pegação", a fim de identificar e prender gays. 




A partir do próximo ano letivo, em setembro, A Ruth Asawa School of the Arts, de San Francisco, terá a disciplina de História LGBT. Os EUA já foram grandes perseguidores da classe LGBT, mas graças à grande atuação e à união da militância no país, atualmente testemunhamos uma evolução impressionante, no que tange à garantia dos direitos para a nossa comunidade.  

Um país até pouco tempo atrás considerado retrógrado, vem sendo palco de diversas conquistas pela população LGBT ao longo dos anos e reconhecendo-os como cidadãos, seres humanos providos dos mesmos sonhos, sentimentos, necessidades e aspirações que qualquer pessoa. Tudo isso, é claro, à base de muita luta, pois lá também a batalha não é fácil. O que muda, é que nos EUA, a atuação da militância gera frutos mais rapidamente do que em outras partes do mundo, a exemplo do Brasil.

Durante o curso, será contada a história da Revolta de Stonewall, a epidemia da AIDS, a história de vida dos ativistas LGBTs, dentre outros temas ligados à realidade deste segmento. Isso promoverá inclusão, quebra de paradigmas e consequentemente, pessoas mais respeitosas e desprovidas de preconceitos.

Infelizmente, em nosso país, testemunhamos acontecer o processo inverso... O kit contra LGBTfobia que seria adotado nas escolas foi vetado pela própria presidente, sob pressão da bancada evangélica. Bancada esta, que de acordo com o Estado laico, nem deveria existir, afinal, em um País que segue os princípios do laicismo, líderes religiosos, não podem em hipótese alguma, ter influência em assuntos do Estado. Agora propõem alteração no PME: A emenda da bancada evangélica exclui os termos "Gênero", "diversidade sexual" e “LGBT” do Plano Municipal de Educação (PME). 

Rejeitada anteriormente, tal medida voltou à discussão, com algumas mudanças:

“Foi retirado os termos LGBT e gênero. Também suprimimos o artigo que dispõe sobre a distribuição de materiais pedagógicos nas escolas sobre a diversidade sexual”; “Entende-se que não é um assunto a ser falado dentro da escola, mas sim no âmbito familiar”, afirma Pastor Ezequiel Bueno (PRB) – líder da bancada evangélica no Legislativo.

Uma corrente fundamentalista da Igreja Católica, a Igreja Carismática, também defende a exclusão de tais temas das grades de ensinos:

“Cabe a nós não aceitarmos a imposição e intromissão do Estado na educação moral e de princípios que competem à família”, defendem os carismáticos.

Segundo o vice-presidente da Câmara e um dos defensores do PME, Pietro Arnaud (PTB), a bancada evangélica confundiu a comunidade sobre as metas e diretrizes da educação dos próximos dez anos. “Alguns parlamentares pretendem confundir a população de que o PME trata da chamada ‘Ideologia e Gênero’, quando o que o PME trata sim é da ‘Educação de Gênero’”, disse. “Ao lermos o projeto, não se trata de distribuição de Kit Gay para crianças, banheiros para meninas e meninos, ou afirmar que as mulheres poderão ser chamadas de meninos ou vice versa”, concluiu.

Sabemos que a grande causa da violência é a exclusão social. Ao implementar o ensino inclusivo para a população LGBT, estaríamos reduzindo consideravelmente a quantidade dessa camada da população vivendo da prostituição, diminuiríamos drasticamente o índice de violências homotransfóbicas e teríamos a partir de então, um novo cenário a ser pintado na realidade de nossa sociedade. Onde todos teriam iguais oportunidades na vida, inclusive a população LGBT, onde esta comunidade, hoje ainda tão oprimida, poderia vislumbrar um futuro melhor, uma perspectiva e qualidade de vida que dificilmente conseguimos conquistar nas atuais condições.

Tal emenda proposta pela bancada evangélica, é extremamente perigosa, pois estimula a intolerância desde cedo nas crianças. Tentam convencer as pessoas de que o PME, trazendo a educação inclusiva, abordando as questões das diversidades sexuais e de gênero, estimulariam as pessoas a mudarem sua orientação sexual ou identidade de gênero da noite para o dia, como se orientação sexual ou identidade de gênero fossem uma escolha do indivíduo. A real intenção nessa questão, é influenciar no respeito e não fazer lavagens cerebrais, para “converter” héteros em homossexuais, ou cisgêneros em transgêneros.

Para conseguirmos conquistar um novo patamar em nossa história, precisamos quebrar esses paradigmas, garantir amparo a uma parcela da população constantemente perseguida e estigmatizada perante a sociedade, espaço no mercado de trabalho em pé de igualdade com os ademais, condições de frequentar colégios e universidades, sem receios de sofrer perseguições ou represálias, para que possamos andar nas ruas com a mesma relativa segurança garantida a todos, que cessem os casos de violências motivadas pela LGBTfobia.

Todos têm igual direito de ir e vir, garantido pela Constituição, temos também direito de amar e ser amados expressar gestos de carinho, amor e afeto, como qualquer casal normal. Casar, constituir família, ter projetos de vida juntos, são sonhos de todos os casais inseridos na comunidade LGBT. Uma família constituída por dois pais e um(a) filho(a), ou duas mães e uma criança, ou mesmo casais trans, dentre muitos outros, não vão afetar em nada as demais famílias! Cada qual cuidará da educação e formação de suas crianças da melhor forma possível, independente da configuração familiar.


O amor, não deveria ser algo colocado em discussão, pois trata-se de algo subjetivo e inerente ao ser humano e todos são igualmente capazes de amar e têm o direito de vivenciar e compartilhar esse sentimento.





Projeto Transcidadania começa a mudar a vida da população "T" de SP


Amanda Manfree, uma das beneficiadas pelo Projeto Transcidadania na cidade de SP,
candidata a conselheira tutelar, em 2016.
A partir de Janeiro de 2016, SP poderá ter sua primeira conselheira tutelar trans. Essa realidade se faz cada vez mais comum na cidade de SP, graças ao Projeto Transcidadania, que vem resgatando a dignidade da população "T" da maior capital do país. Esse é um projeto que foi posto em prática pela prefeitura de SP, através de um trabalho muito dedicado da Secretária Municipal de Direitos Humanos  de SP e Secretária Geral de Direitos Humanos da Presidência da República e mulher trans, Symmy Larrat. outra conquista muito importante para o segmento "T", afinal, uma mulher trans como gestora pública, era algo impensável décadas atrás. Graças a essa mulher notável, este projeto, fruto de muita luta, já começou a gerar frutos.


Aos 30 anos, disposta a fazer parte dessa mudança e mudar o seu destino, Amanda Manfree recém formada no ensino médio pelo Projeto Transcidadania, é atual candidata a ocupar o cargo de conselheira tutelar no próximo ano. Dando certo, isso será um divisor de águas, pois é de conhecimento geral, que a população LGBT em geral, costuma sofrer bastante com o preconceito no ambiente escolar e dentro da própria família. Desamparadas, as pessoas que fazem parte desse segmento, acabam evadindo da vida escolar, muitas vezes também obrigadas a sair do convívio da família, encontram na prostituição, a única forma viável de viver a vida, conseguir o seu sustento e suprir as demais necessidades do dia-a-dia.

Dentre todos os segmentos da população LGBT, a população "T" é ainda a que mais sofre com os preconceitos e estigmas sociais. Não é raro, na verdade, é maioria esmagadora, travestis e transexuais que acabam sendo tragadas pelo mundo das drogas, para conseguirem encarar o duro trabalho como profissionais do sexo. Expostas a todo tipo de humilhações, doenças, violências, até mesmo risco de morte, essas pessoas têm uma vida difícil e muito sofrida. Com o atual projeto, essa realidade começa a mudar em alguns lugares do país. Não apenas em SP, mas em outras cidades do país, já existem projetos voltados a resgatar a cidadania e dignidade desse segmento, muitas vezes desprezado, estigmatizado, perseguido e escarnecido pela sociedade.

Projetos desse tipo deveriam se fazer presentes em cada cidade, em cada município do país. A cidade de Alagoinhas, cidade do interior do estado da Bahia, também possui uma grande população trans. A maior parte, vive exclusivamente da prostituição, poucas têm a sorte de seguir destinos diferentes. Se um projeto voltado à essa parcela da população fosse adotado na cidade, a vida de muitas travestis e transexuais (homens e mulheres trans), mudaria drasticamente. Com novas perspectivas de vida, a população 'T' de Alagoinhas poderá vislumbrar um futuro melhor, com mais dignidade, respeito e reconhecimento perante toda a sociedade. Esse é um sonho pelo qual pretendo lutar.

Cursos preparatórios inclusivos, seriam fundamentais para quebrar certos paradigmas que fazem parte do imaginário da população. Se acostumarem com a presença de travestis e transexuais nos mais diversos setores, é o começo de uma grande mudança. É o primeiro passo para a construção de uma sociedade mais humanizada, onde todos comecem a enxergar como iguais, aqueles que consideram "diferentes". A prostituição deverá deixar de ser a única opção para os representantes  do segmento, para ser APENAS uma das várias opções.

Só através de um movimento social forte e organizado, podemos fazer acontecer as mudanças que tanto almejamos! Esse projeto só foi possível através de um movimento organizado e unido, em prol do bem coletivo. Quando o segmento social é conhecedor dos próprios direitos e mostra isso através de movimentos altamente organizados, capazes de exercer a pressão necessária, o poder executivo se vê obrigado a atender a estas demandas.

Atualmente um dos poucos partidos que defendem essa e outras bandeiras, representantes das minorias e da população em geral (a verdadeira, não as elites), é o PSOL. Um partido jovem, que defende a democracia direta, isto é, o próprio povo se auto-organizando em torno dos interesses coletivos, pensando suas demandas e obrigando o poder público a executá-las.

Amanda Manfree, é apenas um dos exemplos de que com dedicação e com a ajuda de projetos como o Transcidadania, a história da vida de milhões de pessoas trans, ainda pode ter um final feliz. Ainda há esperança! Não devemos desistir da luta!

 Prefeitura de SP-Projeto Reinserção Social Transcidadania-lista de beneficiários
 Pricípios de Yogyakarta
PRINCIPIOS DE YOGYAKARTA-PRINCÍPIOS SOBRE A APLICAÇÃO DALEGISLAÇÃO INTERNACIONAL DEDIREITOS HUMANOS EM RELAÇÃOÀ ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A importância do Estado laico

Muitas pessoas costumam ouvir falar constantemente sobre "Estado laico". Mas o que seria de fato, um "Estado laico" por definição? E qual a sua importância?

Estado laico é todo país que mantém uma posição neutra no âmbito religioso, sem impor determinada religião em detrimento das demais. Um Estado laico defende a liberdade religiosa e proíbe a interferência de quaisquer correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais, ou seja, a religião não deve interferir nos assuntos do Estado.

Com a Revolução Francesa, o laicismo, responsável pela separação entre Igreja e Estado, ganhou força. Nossa Lei maior, a Constituição Federal, junto com diversas outras leis, garante o Brasil como um país laico, prevendo assim, a liberdade religiosa a toda a população e protegendo e respeitando todas as manifestações religiosas existentes.

Constituição Federal/1988, art.5º:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”

Contudo, as escolas brasileiras contrariam a determinação da CF/88, ao ensinar religião em sala de aula. Algumas escolas ultrapassam a função de formar cidadãos e chegam a ser doutrinárias, impondo um ponto de vistaPaíses teocráticos, ou seja, não-laicos, são regidos por uma religião predominante, mesmo no hemisfério político, a exemplo do Vaticano (Igerja Católica-Catolicismo), Irã(República Islâmica-Islamismo) e Israel(Estado Judeu-Judaismo).

Além destes dois modelos, ainda existe o Estado confessional, onde apesar de reconhecer uma religião predominante como religião oficial, esta não detém real importância no Âmbito político do Estado. Vale lembrar, que ateus e agnósticos, também estão inseridos no Estado laico, pois assim como todos têm direito de seguir a fé com a qual se identifica, o mesmo vale para as pessoas que não se identificam com nenhum tipo de religião.

O Brasil, apesar de se denominar Estado laico, ainda está longe de demonstrar sê-lo de fato. prova disso, é a atuação da bancada evangélica na câmara, que vem dificultando a vida das minorias religiosas e da população LGBT em nosso país, negando inclusive a essa parcela da população,a manifestação de sua fé. Exemplo disso foi a repercussão da manifestação da travesti Viviany Beleboni durante a parda LGBT de SP, demonizando a população LGBT e manipulando a opinião pública utilizando de falsas acusações para desqualificar ainda mais uma manifestação que é uma forma de expressão e afirmação da identidade.

As minorias que já eram perseguidas, encontram nessa atual conjuntura política, uma grande ameaça à liberdade do livre exercício de sua fé e suas atividades religiosas, ameaças em nome de Deus, não são raras contra praticantes de religiões de matriz africana, por parte de fundamentalistas religiosos. Só quando compreenderem o que de fato é o Estado laico e a importância do mesmo, poderemos ter mais harmonia e respeito entre as pessoas de diferentes tipos de crenças.

É necessária uma total revisão do atual cenário político de nosso país, e chegar a uma solução quanto à presença de fundamentalistas religiosos infiltrados na câmara, que tentam a todo custo, derrubar o Estado laico. De acordo com a definição de Estado laico, líderes religiosos não devem figurar no cenário político, nem ocupar cargos legislativos.

Trabalhadoras rurais na luta! "É melhor morrer na luta do que morrer de fome!"


Marcha das Margaridas: 32 anos após sua morte, Margarida Maria Alves
é imortalizada através do nome que puseram ao Movimento, em sua homenagem e
inspira a luta das mulheres do campo nos tempos atuais.
Margarida Maria Alves, esse era o nome de uma líder sindical, paraibana e representante das mulheres trabalhadoras rurais, assassinada na porta de sua casa em 12 de Agosto de 1983. 

Ontem, dia 12 de Agosto de 2015, foi o 32º ano de sua morte e as mulheres trabalhadoras do campo, tomaram as ruas, em um movimento lindo e emocionante, inspiradas ainda hoje, pelas fortes palavras desta notável mulher: "É melhor morrer na luta do que morrer de fome!" e no mesmo discurso, "da luta eu não fujo". Palavras proferidas por ela, 3 meses antes de ser brutalmente assassinada, no dia 1º de Maio de 1983. Assassinada para ser silenciada, pois sua liderança sindical, claramente incomodava muita gente na época.

Sua casa , transformada em museu no ano de 2001, traz em uma de suas paredes, a frase "Da luta eu não fujo". Frase que ate hoje é inspiração para as demais militantes do segmento. No museu, uma casa singela de 4 cômodos e fachada amarela é possível ver vários documentos da época, ligados à sua luta no movimento sindical, além de móveis, eletrodomésticos, roupas, ferramentas de trabalhadores rurais que trabalhavam nas lavouras de cana-de-açúcar, fotos e inúmeros objetos pessoais, tudo o que fazia parte de seu dia-a-dia.


Margarida Maria Alves (Alagoa Grande, PB); foi uma sindicalista brasileira responsável por
mais de cem ações trabalhistas na justiça do trabalho regional durante a ditadura militar.

O crime que lhe ceifou a vida alcançou uma repercussão internacional, fato que pode ser comprovado através de vários recortes de jornais da época. Tal fato, chamou a atenção para a tensão existente entre latifundiários e os sindicatos. Margarida Alves não seria a única liderança sindical, marcada par morrer. Por ser uma mulher guerreira e que não fugia da luta mesmo sob constantes ameaças, ela continuou seguindo firme e forte em sua missão, até que na fatídica data 12 de Agosto de 1983, com auxílio de uma espingarda calibre 12, um matador de aluguel, calou a sua voz. Infelizmente até hoje os mandantes do crime seguem impunes.

12 de Agosto de 1983. Foi calada a voz de Margarida Maria Alves, líder sindical, mulher de fibra, que não temia ameaças, lutava incessantemente pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Mas sua voz foi calada apenas momentaneamente! Ela permanece viva e imortal nos corações das mulheres, que lutam no dia a dia por seus direitos e dignidade. Suas palavras ecoam em seus corações, pensamentos, em suas bocas, em sua ações! Obrigada, Margarida Alves, pelo incrível legado que você nos deixou. Sua luta não foi em vão.

Para saber mais sobre a história dessa mulher magnífica, acessem: 
Marcha das Margaridas: 32 anos depois, líder ainda influencia mulheres do campo
Campanha 'Margarida na Memória'

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Flor de Fukushima: margaridas mutantes crescem na região afetada pela radiação


As consequências do acidente nuclear em Fukushima: Será que vale a pena investir em usinas nucleares?


Observando essa foto, pode-se perceber algo bem estranho nessas flores: Sim, são margaridas! Entretanto, tratam-se de margaridas mutantes, resultantes do mais recente acidente nuclear registrado, o acidente de Fukushima, no Japão, a 4 anos atrás. 

Acidente nuclear de Fukushima, pôs em risco a vida de inúmeras famílias
 e causa grande impacto ambiental até hoje.

Os altos índices de radiação, provocaram mutações bizarras, que puderam ser observadas e plantas e animais. Além das margaridas, foram registradas alterações genéticas aberrantes em animais, como borboletas mutantes encontradas na região, também decorrentes da contaminação por radiação.

As partículas radioativas, têm o poder de penetrar na estrutura celular, provocando mutações na cadeia de DNA, que quando não são fatais, promovem algum tipo de deformidade. Ainda assim, a energia nuclear, é ainda bastante difundida em todo o mundo e ainda existe um largo investimento em construção de novas usinas desse tipo. No entanto, um único descuido por ocasionar em eventos catastróficos e quase sempre irreversíveis! Agora o governo japonês decidiu que deve realocar as pessoas em suas respectivas casas, considerando o local "seguro" para se viver... Será mesmo?? 

Usina de Shernobyl, destruída na explosão. Local permanece uma cidade fantasma,
graças à radioatividade que se mantém em níveis muitos elevados até os dias de hoje.

Chernobyl é até hoje um grande cemitério devido aos altos índices de radiação, resultante do acidente nuclear mais notório da história, ocorrido no dia 26 de Abril de 1986.
O desenvolvimento deve ser alcançado com parcimônia e bom senso. Na atual conjuntura, não podemos nos dar ao luxo de arriscar ainda mais o futuro de nosso planeta! É uma responsabilidade, não somente para com a espécie humana, mas ara com todos os seres viventes neste lindo, porém doente planeta, que agoniza, vítima do total descaso do ser humano, que prefere fechar os olhos para a realidade, em nome do lucro! 

Usina nuclear Angra1

Agora, o Brasil está em meio à construção de mais uma usina nuclear, o Angra 3, na praia de Itaorna, mais uma bomba-relógio a ser instalada no seio de nosso país! Há quem ainda se lembre do acidente de Angra 1, que embora não tenha sido um acidente nuclear consumado, é um alerta à fragilidade da segurança desse tipo de usinas. Agora temos o Angra 2 e o Angra 3 que entrará em operação em 2018. Com todo o conhecimento que já temos em energia limpa, tais usinas não deveriam ser necessárias! Usinas nucleares produzem uma quantidade absurda de lixo radioativo. E para onde eles vão? Para aterros especiais, entretanto, não é descartada a possibilidade de um vazamento e um consequente envenenamento do solo por radiação! É um risco desnecessário para a fauna e a flora local, além das pessoas que residem em cidades próximas!

Desenvolvimento Sustentável, com responsabilidade ambiental e fontes alternativas de energia

O futuro da saúde nosso enfermo planeta, depende da adoção em massa,
das fontes de energia alternativas limpas

Um desenvolvimento sustentável, com responsabilidade, visando o bem estar da população e a preservação ambiental, seria o ideal. Fontes de energia limpa, poderiam ser adotadas em larga escala, assim como também, poderiam ser utilizadas de forma individual em residências, gerando menos gastos para o governo, diminuindo significativamente o impacto ambiental, sem a necessidade de destruir hectares inteiros de florestas, sem a produção de poluentes e sem prejudicar a economia de um país.

Hidrelétricas inundam milhares de hectares de terra
e causam impactos ambientais de proporções astronômicas.
Outra vantagem importante, para a população em geral, seria a grande economia nas contas de luz. Hoje, com a atual crise energética, e a infame "bandeira vermelha", famílias inteiras estão sendo forçadas a escolher entre pagar a conta de luz, ou se alimentar. Trazendo para o cenário da cidade de Alagoinhas, diversas famílias veem sendo obrigadas a pagar valores mensais que extrapolam facilmente os R$:100,00 (cem Reais), ultrapassando os R$:200,00 (duzentos Reais), muitas vezes (As casas do projeto "Minha Casa Minha Vida", também não escapam dessas contas abusivas). Famílias, que em grande parte, vive de salário mínimo ou até menos que isso, numa cidade onde a oferta de emprego é precária e muitas vezes com chefes abusivos, que fazem muitas vezes as pessoas trabalharem no mínimo 12h por dia (sem hora-extra). Entre pagar aluguel, conta de água, conta de luz, transporte, escola, etc., é um milagre quando sobra dinheiro par comprar pelo menos metade de uma cesta básica.

Energias eólica, solar e de biomassa: As grandes apostas para acabar com a crise energética e
com a poluição, os desmatamentos e inundações causados por construções de usinas hidrelétricas ,
termoelétricas e nucleares
São várias as opções a serem adotadas, quando o assunto é energia renovável e limpa! De acordo com as condições de determinadas regiões, podem ser melhor implantadas a energia solar (locais mais ensolarados), energia eólica (em regiões serranas, e demais locais cujo vento sopre com maior intensidade), Em locais onde há produção de diversas culturas agrícolas, outra opção econômica e ecologicamente viável, seria a de biomassa.

Existe uma campanha chamada "Campanha Nacional Pela Produção e Uso de Energia Solar Descentralizada", que propõe mobilizar todo o país em favor da produção de energia solar descentralizada. Seria abolido nesse caso também o uso de baterias para armazenar a energia guardada ao longo do dia, pois a energia coletada em cada local, seria compartilhado na rede elétrica, de forma que a depender da relação produção/consumo, as pessoas poderão não apenas baratear suas contas de luz, como eventualmente ganharem por produção. Dessa forma, cada casa, prédio público, hospitais, escolas, empresas, prédios comerciais e residenciais, teria total autonomia de energia, sem prejuízos ao meio ambiente. Este é um dos mais ambiciosos e brilhantes projetos já pensados no setor.

Vale ressaltar, que cada metro quadrado de energia solar, evita a inundação de 56 metros quadrados por hidrelétricas! Nosso país é privilegiado para adotar quaisquer modelos de energia alternativas. Temos regiões excelentes para adoção da energia eólica, nosso país tem uma dos maiores mercados de agronegócio, com as mais diversificadas culturas, que poderiam ser aproveitadas como biomassa, assim como a energia solar poderia ser plenamente empregada com sucesso e eficiência, mesmo nos locais menos ensolarados de nosso país. A Alemanha, que tem 40% luz solar do que as regiões menos ensolaradas do Brasil, é líder mundial em energia solar, sendo que com apenas 5% de todos os raios solares que recaem sobre todo o território nacional é mais do que suficiente para gerar toda a energia que o Brasil precisa.

Quando o Brasil acordar para a importância e as vantagens das fontes alternativas de energia, veremos uma grande mudança na qualidade de vida das pessoas e o meio ambiente e sua biodiversidade, poderão ser recuperados e preservado par as futuras gerações.
De acordo com a Resolução Normativa nº 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica, de 17 de abril de 2012(http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=5457&id_area=90, cada família, instituição pública, igreja ou empresa já pode tornar-se micro ou minigeradora de energia elétrica tendo como fonte o sol (ou o vento, a água, a biomassa, ou diversas fontes combinadas) e trocar energia com a empresa distribuidora de sua região. Isso torna obsoleta a necessidade da utilização de baterias pelas pessoas que resolvem tornar-se micro ou minigeradora de energia solar, o que reduz significavelmente o impacto ambiental causado por descarte destas baterias, pois o excedente da energia produzida vai para a rede pública, em um processo de troca mútua. Nesse caso, se a produção exceder a quantidade de energia utilizada, o micro ou pequeno gerador (que pode ser uma residência), recebe por aquele excedente, enquanto se consumir sem produzir, este terá que pagar pelo valor utilizado da rede pública.

Modelos desse tipo, ou equivalentes utilizando quaisquer outros meios de energia alternativa (a exemplo da eólica e da biomassa), garantiriam menos desmatamentos, menos inundações, menos poluentes, menos ricos, sem falar que não desabrigariam milhares de famílias e dezenas de povos indígenas, ou destruiria a biodiversidade de determinadas regiões.

Povos indígenas são obrigados a se deslocarem dos locais onde moram, por conta das
inundações das hidrelétricas, que ameaça toda uma cultura de um povo, dono desta terra por direito.


Saiba mais sobre a nocividade da adoção da energia nuclear em ... https://www.change.org/p/pela-revogação-do-acordo-nuclear-brasil-alemanha-em-2014

Campanha para mudar a definição da palavra "transexual" no dicionário

Mude imediatamente a definição da palavra "transexual" no dicionário


Apesar de já ser do conhecimento de todos no ramo da medicina e da psicologia, de que a transexualidade não consiste em um transtorno de ordem mental, infelizmente, os dicionários ainda persistem nessa definição ultrapassada.

Vamos lutar pela despatologização das identidades trans. Já há um movimento internacional com esse objetivo, o qual o Brasil também está fazendo parte, com respaldo no Conselho Federal de Psicologia e também nos conselhos regionais. A definição de transexual deveria dizer respeito ao que de fato ela é: uma legítima identidade de gênero, que vem a ser a nossa percepção mais íntima quanto ao gênero que reconhecemos como sendo o nosso e não ser tratada como uma doença, o que só alimenta e sustenta um estigma social, contra o qual vivemos lutando constantemente.

Uma pessoa transexual, é designada de determinado gênero ao nascer, mas se identifica em seu íntimo como pertencente a outro gênero. Ser homem ou mulher, não se resume apenas às genitálias, mas sim ao comportamento consigo e perante a sociedade. Transexualidade é algo da ordem biopsicosocial. É como a pessoa se reconhece. Tratar um homem trans como mulher e vice-versa, é uma ofensa e um ataque à dignidade dos mesmos. 

Participem desse abaixo assinado, acessando: http://chn.ge/1JdB810

Sou gay, sou lésbica, sou trans*, sou bi, sou Sem Terra, sou humano, sou como você



Seminário realizado entre os dias 7 e 9 de Agosto pelo MST, demonstra o amadurecimento do Movimento Sem Terra, onde agora tratam de assuntos pertinentes também à comunidade LGBT, que também se faz presente dentro do Movimento.

Pode ser lésbica, gay, bissexual, Heterossexual, travesti, transexual ou cisgênero, o amor é direito de todo ser humano, independente das diversidades, ninguém deveria ser condenado por amar! Seguindo esse prisma, na Escola Nacional Florestan Fernandes, situada na cidade de Guararema, SP, foi realizado o seminário "O MST e a Diversidade Sexual", que visa incluir a luta identitária e o reconhecimento, ao Movimento, contou com a participação de mais de 40 pessoas de vários estados do país.


Ao trazer esse debate ao Movimento, promove-se assim, a quebra de paradigmas a muito tempo consolidados em nossa sociedade e abre as mentes das pessoas para as diferentes concepções de família. O censo demográfico, já constata que é cada vez mais comum, modelos de famílias que fogem do velho modelo do comercial de margarina. O seminário “O MST e a Diversidade Sexual”, trouxe à tona uma experiência de acolhimento da alteridade, de dialogar com a multiplicidade que compõe a vida social e representa um marco histórico nos 30 anos do Movimento Sem Terra.

Os LGBTs sempre estiveram presentes no MST, sempre militando fortemente contra todo tipo de conservadorismo e preconceitos e agora ganham mais força ao conseguirem colocar em pauta discussões de gêneros e orientação sexual, ampliando o espectro de luta e abrindo caminho para as demandas sociais ganharem campo de expressão dentro do Movimento.

Para saber mais, acesse: http://bit.ly/1L6pyCn

GGR, realizará VII Caruru da Diversidade dia 05/08/2015

caruru da diversidade ufba
Evento com entrada franca, fará homenagem às pessoas que trabalham em prol da cidadania LGBT.

O já tradicional evento realizado pelos estudantes da UFBA do GGR(Grupo Gay das Residências), será recheado de apresentações culturais. Sábado, dia 05 de Setembro, a partir das 20h, será realizado o VII Caruru da Diversidade, na Residência Universitária 1, localizada no Corredor da Vitória.

De 4 a 7 de Setembro, em Salvador, será realizado o II Seminário Internacional Desfazendo o Gênero, que será organizado pelo Grupo de Pesquisa em Cultura e Sexualidade (CUS) da UFBA. O VII Caruru da Diversidade, realizado no dia 05/08/2015, será recheado de manifestações artísticas, com homenagens também a artistas, empresas instituições e personalidades que vêm contribuindo para a superação da homofobia.

Viviany Beleboni, travesti e ativista LGBTT, incompreendida ao trazer à tona
o sofrimento dos LGBTTs, especialment a população trans em nosso país,
utilizando-se da arte, ao lembrar Cristo Crucificado,
durante a manifestação na parada LGBTT de SP.

O tema tratado não poderia ser mais apropriado: "LGBTfobia: Eu carrego a cruz das minhas dores." Quem vê esse tema, consegue se lembrar da atuação da travesti, Viviany Beleboni, na parada LGBT de SP, onde ela encenou a crucificação, justamente tentando trazer essa mesma temática, a qual foi duramente criticada e recebeu até mesmo ameaças de morte, que culminou no recente atentado contra a sua vida no Sábado 08/08/2015, a qual levou golpes de facadas, os quais só não foram fatais, por ela ser mais forte que o agressor e ter conseguido reagir.

Marcas da agressão sofrida no último dia 08/08/2015

Acuada, amedrontada, em prantos, a mesma gravou um vídeo que viralizou nas redes sociais, mostrando as marcas da agressão, que quase lhe ceifou a vida. Em um mundo onde cidadãos LGBTTs são constantemente perseguidos, criticados, humilhados e sim, crucificados, tais marcas só comprovam a importância de sua iniciativa ousada e corajosa ao dar a cara a tapa na parada LGBTT de SP. Agora, Viviany, tem até mesmo medo de sair nas ruas, mas este ato dela nunca mais será esquecido e com certeza figurará na história de nosso país! 
Ilustração feita para representar até onde a intolerância,
o ódio e o preconceito contra LGBTTs pode chegar


Arte feita com as cores da bandeira trans, inspirada na
manifestação de Viviany Beleboni Durante a parada LGBTT de SP.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dia do Estudante. Dia de Luta!

Hoje é o Dia do Estudante! Mais do que uma data comemorativa, agora,mais do que nunca, é um dia de luta! Luta pelos direitos estudantis, luta contra os cortes arbitrários na verba para a educação, recentemente praticados pelo Governo Federal.

Hoje é dia dos estudantes, professores e todas as camadas da população, convocarem uma greve geral, irem às ruas e reivindicarem por justiça social, pôr um ponto final nesse retrocesso que toma conta de nosso país! Lutar por mais investimentos na educação, contra a redução da maioridade penal (mais escolas, menos presídios), contra todas as decisões anti-democráticas e medidas impopulares que atacam diretamente os estudantes, assalariados, aposentados e a juventude preta e pobre da periferia!

Manifestem seu descontentamento da forma que lhe for possível! Seja nas ruas, ou nas redes sociais, vamos criar essa corrente nacional, fortalecendo a nossa democracia e mostrando que nos não nos calamos diante de toda essa barbárie que tomou conta do cenário político de nosso país!

Cidadãos LGBTTs de Alagoinhas e em todo Brasil, é hora de lutar também pela inclusão nas instituições de ensino, nos opormos à proposta de emenda à PME, na qual a bancada evangélica tenta a todo custo impor a exclusão de assuntos envolvendo as diversidades de gênero e orientação sexual, que seriam de grande importância para a desconstrução de paradigmas, preconceitos, tabus e violências contra nós!

Vamos lutar por uma sociedade justa e igualitária, que garanta por lei os direitos de todos os cidadãos de bem (sim, nós LGBTTs também somos cidadãos de bem).


Vídeo feito por jovens estudantes da UESC, integrantes dos grupos "ANEL" e "JUNTOS!", convocam a juventude e toda a sociedade para a marcha do Dia do Estudante.


Integrantes do grupo "RUA-Juventude Anticapitalista", participam de belíssimas manifestações em diversas cidades do país










domingo, 9 de agosto de 2015

CONSTRUINDO UM MUNDO MELHOR

Construir um mundo melhor

Muitas pessoas se sentem incomodadas com a situação do ambiente onde vivem e querem “construir um mundo melhor” para seus filhos e netos. Essa expressão é encontrada nos discursos de todas as manifestações políticas e filosóficas desde que se tem registros escritos.
No primeiro momento pode parecer que se está intencionando uma ação sobre a natureza. Nas últimas décadas tem sido lema de ambientalistas, preocupados com a degradação que o homem vem infligindo ao planeta com a utilização de processos e descartes de maneira irresponsável. A industrialização, ao lado dos benefícios, trouxe consequências desastrosas.
A poluição industrial, que lança milhares de toneladas de dióxido de carbono no meio ambiente todos os dias, arrebenta com a camada de ozônio e com a qualidade do ar que respiramos. O uso intensivo de defensivos agrícolas e inseticidas se, por um lado, aumentaram a produção de alimentos como nunca visto, jogam em rios, nascentes e mananciais uma quantidade de veneno que deformam e matam.
As cidades, essa criação orgulho da humanidade, com milhões de carros, ônibus, caminhões etc., geram degradação do ambiente e da qualidade de vida. Os descartes, sobras das atividades industriais, comerciais e vida doméstica, poluem com materiais que levam séculos para se decompor. Os mares estão infestados, a terra geme com as montanhas de lixo e tóxicos despejadas diariamente no solo.
Leis, políticas e campanhas para controlar e evitar a degradação existem e em grande escala. Mas, na maioria das vezes, não passam de cartas e discursos de boas intenções.

O que fica claro é que “construir um mundo melhor” significa ter dois tipos de ações:

A primeira é corretiva. Corrigir os danos já feitos e minimizar ações que tornam o mundo “pior”. Campanhas contra a poluição, de todas as formas, é uma das formas. Selecionar o lixo entre reciclável e orgânico é uma realidade cada vez mais visível, além de ser altamente rentável.
A segunda é preventiva. Criar ações que inibam as pessoas, individualmente ou coletivamente através das organizações, é uma forma positiva de “construir um mundo melhor”. 
Mas tudo isso se resume em ações sobre e com as pessoas. São essas que criaram ou criam um “mundo pior” como esse que está aí. A violência, real ou simbólica, só existe nas ações das pessoas.  Só vamos construir um mundo melhor se construírmos pessoas melhores, estruturas sociais mais justas e comprometimento com os valores humanos acima dos valores econômicos. Você quer “construir um mundo melhor” para seus filhos, comece se construindo, com ações e atitudes melhores, com sua família e amigos. O não-fazer nada, entrincheirar-se  em um individualismo egoísta e alienado, já é contribuir para “um mundo pior”.

Fazer o bem

Quanta coisa essa expressão pode significar! Pode representar ações de amor ao próximo, oriundas de convicções pessoais, religiosas, filosóficas ou ideológicas. É a constatação e a compreensão que fazer o bem é construir pontes entre o real e o ideal da concretitude social. Milhares de pessoas, em qualquer ambiente, precisam de ajuda. Ajuda que pode vir na forma de um simples prato de comida, até um medicamento ou uma orientação para um problema vivenciado.
Muitas vezes se pensa que fazer o bem é desenvolver assistência social. É inegável que ações sociais, especialmente as emergenciais, tem o seu lugar e relevância. Mas não se limita e nem se esgota nisso.
Fazer discurso sobre natação para quem está se afogando é, no mínimo, demagógico e  infame. 
Fazer o bem, pode significar, e muitas vezes significa, criar uma oportunidade, capacitar para uma ação mais duradoura. Fazer o bem tem de ser entendido como a construção social através de uma intervenção nas estruturas que dificultam a vida das pessoas. Essas estruturas pode em ser sociais, econômicas, emocionais, relacionais e/ou psicológicas. Se faz o bem ajudando alguém a sair das ruas e tendo um teto, roupas e comida para uma vida com um mínimo de decência. Se faz o bem capacitando alguém para conseguir um emprego e um salário que lhe permita ter dignidade/autonomia econômica para suas necessidades básicas. Mas também, significa ajudar as pessoas a  encontrarem caminhos para impactos emocionais degradantes, disfunções relacionais ou psicotraumas que impedem as pessoas  de serem pessoal e socialmente ativas.
Quantas pessoas, não tendo necessidades materiais, precisam de ajuda para vencer problemas com doenças, traumas familiares, nós emocionais/pessoais e não encontram, a não ser nos programas profissionais pagos, muitas vezes mais preocupados nos resultados financeiros da ação que no real bem estar das pessoas?
Fazer o bem e construir o mundo melhor é aquela disposição individual e coletiva que ao  conduzir para ações, geralmente, faz mais bem a quem pratica que ao “próximo”. Quantas pessoas já se encontraram realizando ações sociais e comunitárias? Num mundo egoísta e individualista, existem muitos apelos para despreocupar-se da construção social. Aqueles que conseguem romper o casulo, descobrem um novo modo de vida, mais gratificante e socialmente relevantes.