quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Direitos humanos LGBT: Um projeto inacabado

JOvem LGBT paraiba
O Brasil continua liderando o ranking de assassinatos de LGBTs ao redor do mundo.
Situação que precisa ser revertida a todo custo.

Quando falamos em direitos humanos, automaticamente sabemos que engloba a todas as pessoas. Entretanto, Quando se trata dos LGBTs, parece que tais direitos não se aplicam e qualquer tentativa de fazer valer os direitos humanos de forma plena, incluindo os LGBTs nessa lista, é amplamente rechaçada por inúmeras pessoas. A pergunta é: Por quê?

Como resultado de muitas lutas ás custas de muito suor e sangue derramado (de LGBTs), a comunidade vem conquistando seu espaço e respeitabilidade em vários países pelo mundo. Conquistas como casamento igualitário, direito à adoção, nome social, tratamentos gratuitos para a população trans*, oportunidades de emprego, já são realidades em muitos países. No entanto, no Brasil, esse processo caminha a passos lentos, devido a uma sociedade conservadora que não consegue compreender a incoerência de seus pensamentos e ações. Foi feito um levantamento do quadro de violências contra LGBTs em todo o Brasil no ano de 2014 e os dados são alarmantes. Houve um aumento de 4,1% com relação ao ano anterior. Isso mostra o quanto é importante a continuidade da luta dos LGBTs por seus direitos. Tais estatísticas só comprovam o quanto é necessária a aprovação de políticas públicas voltadas à população LGBT, não apenas na Bahia, mas em todo o país.

Na cidade de Alagoinhas-BA, ainda existe uma carência de políticas voltadas à comunidade LGBT, principalmente à população trans*. Falta de atendimento especializado, a falta de preparo em vários estabelecimentos, para lidarem com esse público, onde ainda oferecem resistência às identidades trans*, a falta de oportunidade de emprego, que acaba levando a grande maioria a viver da prostituição como única opção. Enquanto em cidades, como SP, sob os cuidados de Fernando Haddad, e Florianópolis, dão verdadeiros exemplos de conquistas para a população LGBT, principalmente a população trans*, resgatando sua cidadania e auto-estima, promovendo também o empoderamento destas pessoas constantemente perseguidas e estigmatizadas, Alagoinhas, ainda permanece inerte com relação a essa incômoda realidade imposta à grande maioria desta parcela da população.

Infelizmente, para que os Direitos Humanos englobem a todos, como deveria ser, ainda é preciso lutar e encarar cada desafio como um estímulo para permanecer firme nesse campo de batalha desleal, onde uma maioria tenta a todo custo expurgar os direitos de uma minoria que tão somente almeja o direito de existir, de ser feliz e ter uma perspectiva de vida que não resida apenas em salões de beleza, ou na prostituição, como únicas opções. Creio que com uma união de forças entre os mais diversos grupos que lutam pelas conquistas de tais direitos na cidade de Alagoinhas, possamos fazer a nossa voz ser ouvida, não nos limitando apenas a paradas do orgulho LGBT, mas fazendo também atividades que promovam de forma gradativa essa mudança e pressionando os governantes a atenderem nossas demandas.

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Fonte: 

Site do Grupo Gay da Bahia: http://grupogaydabahia.com.br/