sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Projeto Transcidadania começa a mudar a vida da população "T" de SP


Amanda Manfree, uma das beneficiadas pelo Projeto Transcidadania na cidade de SP,
candidata a conselheira tutelar, em 2016.
A partir de Janeiro de 2016, SP poderá ter sua primeira conselheira tutelar trans. Essa realidade se faz cada vez mais comum na cidade de SP, graças ao Projeto Transcidadania, que vem resgatando a dignidade da população "T" da maior capital do país. Esse é um projeto que foi posto em prática pela prefeitura de SP, através de um trabalho muito dedicado da Secretária Municipal de Direitos Humanos  de SP e Secretária Geral de Direitos Humanos da Presidência da República e mulher trans, Symmy Larrat. outra conquista muito importante para o segmento "T", afinal, uma mulher trans como gestora pública, era algo impensável décadas atrás. Graças a essa mulher notável, este projeto, fruto de muita luta, já começou a gerar frutos.


Aos 30 anos, disposta a fazer parte dessa mudança e mudar o seu destino, Amanda Manfree recém formada no ensino médio pelo Projeto Transcidadania, é atual candidata a ocupar o cargo de conselheira tutelar no próximo ano. Dando certo, isso será um divisor de águas, pois é de conhecimento geral, que a população LGBT em geral, costuma sofrer bastante com o preconceito no ambiente escolar e dentro da própria família. Desamparadas, as pessoas que fazem parte desse segmento, acabam evadindo da vida escolar, muitas vezes também obrigadas a sair do convívio da família, encontram na prostituição, a única forma viável de viver a vida, conseguir o seu sustento e suprir as demais necessidades do dia-a-dia.

Dentre todos os segmentos da população LGBT, a população "T" é ainda a que mais sofre com os preconceitos e estigmas sociais. Não é raro, na verdade, é maioria esmagadora, travestis e transexuais que acabam sendo tragadas pelo mundo das drogas, para conseguirem encarar o duro trabalho como profissionais do sexo. Expostas a todo tipo de humilhações, doenças, violências, até mesmo risco de morte, essas pessoas têm uma vida difícil e muito sofrida. Com o atual projeto, essa realidade começa a mudar em alguns lugares do país. Não apenas em SP, mas em outras cidades do país, já existem projetos voltados a resgatar a cidadania e dignidade desse segmento, muitas vezes desprezado, estigmatizado, perseguido e escarnecido pela sociedade.

Projetos desse tipo deveriam se fazer presentes em cada cidade, em cada município do país. A cidade de Alagoinhas, cidade do interior do estado da Bahia, também possui uma grande população trans. A maior parte, vive exclusivamente da prostituição, poucas têm a sorte de seguir destinos diferentes. Se um projeto voltado à essa parcela da população fosse adotado na cidade, a vida de muitas travestis e transexuais (homens e mulheres trans), mudaria drasticamente. Com novas perspectivas de vida, a população 'T' de Alagoinhas poderá vislumbrar um futuro melhor, com mais dignidade, respeito e reconhecimento perante toda a sociedade. Esse é um sonho pelo qual pretendo lutar.

Cursos preparatórios inclusivos, seriam fundamentais para quebrar certos paradigmas que fazem parte do imaginário da população. Se acostumarem com a presença de travestis e transexuais nos mais diversos setores, é o começo de uma grande mudança. É o primeiro passo para a construção de uma sociedade mais humanizada, onde todos comecem a enxergar como iguais, aqueles que consideram "diferentes". A prostituição deverá deixar de ser a única opção para os representantes  do segmento, para ser APENAS uma das várias opções.

Só através de um movimento social forte e organizado, podemos fazer acontecer as mudanças que tanto almejamos! Esse projeto só foi possível através de um movimento organizado e unido, em prol do bem coletivo. Quando o segmento social é conhecedor dos próprios direitos e mostra isso através de movimentos altamente organizados, capazes de exercer a pressão necessária, o poder executivo se vê obrigado a atender a estas demandas.

Atualmente um dos poucos partidos que defendem essa e outras bandeiras, representantes das minorias e da população em geral (a verdadeira, não as elites), é o PSOL. Um partido jovem, que defende a democracia direta, isto é, o próprio povo se auto-organizando em torno dos interesses coletivos, pensando suas demandas e obrigando o poder público a executá-las.

Amanda Manfree, é apenas um dos exemplos de que com dedicação e com a ajuda de projetos como o Transcidadania, a história da vida de milhões de pessoas trans, ainda pode ter um final feliz. Ainda há esperança! Não devemos desistir da luta!

 Prefeitura de SP-Projeto Reinserção Social Transcidadania-lista de beneficiários
 Pricípios de Yogyakarta
PRINCIPIOS DE YOGYAKARTA-PRINCÍPIOS SOBRE A APLICAÇÃO DALEGISLAÇÃO INTERNACIONAL DEDIREITOS HUMANOS EM RELAÇÃOÀ ORIENTAÇÃO SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO

Nenhum comentário:

Postar um comentário